UFRN deve manter formato do Vestibular, mas alguns cursos podem aderir ao Enem

Por Francisco Francele
Diário de Natal

Até a próxima segunda-feira a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) deverá se posicionar se vai aderir, este ano, ao modelo do Exame Nacional do Ensino Básico (Enem) em substituição ao Vestibular tradicional como forma de ingresso no Ensino Superior. A declaração é da presidente da Comperve, Betânia Leite, adiantando que a tendência é de manter o formato do Vestibular, mas alguns cursos devem ser direcionados para o Enem. Ela não soube dizer, no entanto, quais cursos seriam contemplados porque só serão definidos quando for aprovada a nova fórmula de ingresso.

Desde o final do mês passado que as escolas de Ensino Médio, cursinhos pré-vestibulares e alunos concluintes esperam, com ansiedade, por um posicionamento da UFRN. O atraso da UFRN está trazendo prejuízos porque nem escolas nem alunos conseguem se planejar para o ano letivo que iniciou há mais de dois meses. O problema, segundo explica o professor do Colégio e Curso Overdose, Miranda Júnior, é que não há como definir planos de estudos já que as provas da UFRN seguem um padrão diferente.

Enquanto isso, as escolas deverão iniciar a corrida contra o tempo para poder preparar os pré-vestibulandos, acaso a decisão inclua as notas do exame nacional, ainda em 2010. “Precisamos de tempo para dar as condições ao professor de preparar os alunos”, adverte o vice-diretor do Colégio Contemporâneo”, Orestes Filho, citando o formato de provas que é realizado com questões contextualizadas em apenas dois dias enquanto que o da UFRN são três dias. Além disso, os professores estão dando aula sem saber quais conteúdos serão explorados nem quando o programa deverá ser finalizado.

Apesar das diferenças de formato e conteúdo, algumas escolas e cursinhos estão trabalhando formas alternativas para não perder tempo. O Colégio e Curso Overdose, bem como o Contemporâneo são exemplos de otimização do conteúdo para os alunos não serem prejudicados com a indecisão. O Overdose está realizando simulados nos dois modelos com questões interdisciplinares e contextualizadas e aprendendo a equacionar o tempo de resolução das provas, tendo em vista que a quantidade de questões é diferente.

Já o Contemporâneo tem trabalhado bem a contextalização dos problemas conforme exige o Enem, principalmente na abordagem das disciplinas de cálculo, como matemática, cujos professores direcionam para a aplicação prática.”Esperamos que a Comperve cumpra agora esse prazo e faça a opção por um sistema misto, adotando as duas fases do processo”, sugeriu o professor Roberto Silvetsre, coordenador do cursinho.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *