Personalidades dão nome a mais de 30 cidades potiguares

Por Felipe Mamede
Diário de Natal

Senador Elói de Souza, Nísia Floresta, Pedro Velho e João Câmara. Qual a ligação existente entre essas pessoas? Além de serem personagens da história do Rio Grande do Norte, eles são exemplos de cidades potiguares que foram batizadas com nomes de personalidades. A lista não termina por aí. Entre politicos, militares e até uma escritora, em cada uma das regiões do estado, existe um exemplo. Em terras potiguares, dos 167 municípios, pelo menos 34 deles têm nome e sobrenome.

Às margens do Rio Jundiaí, nas proximidades de Serra Caiada ou Caiada de Cima, como também era conhecida, surgiu um povoado que foi chamado pelos seus habitantes de Caiada de Baixo. No começo do século 19, quando teve início o povoamento, as terras já eram utilizadas para lavoura e pecuária. Na busca pela sua autonomia política o povoado de Caiada de Baixo passou pela posse de vários municípios. Pertenceu até 1833 a São Gonçalo do Amarante.

Nos idos de 1874 fazia parte de Macaíba, e em1953 passou a integrar Serra Caiada.

No dia 31 de dezembro de 1958, através da Lei no 2.355, a localidade desmembrou-se de Serra Caiada, com o nome de Senador Elói de Souza, numa homenagem ao líder político que esteve sempre à frente no combate às secas que assolavam a região. A cidade fica no Agreste, a 59km de Natal, e tem cinco mil habitantes.

Quem também acabou ganhando nome de pessoa foi Nísia Floresta, cidade localizada na Grande Natal, a 63km da capital, atualmente com 33 mil habitantes. Antes denominada Papari, recebeu o nome de sua mais ilustre filha, a escritora e poetisa, após o seu falecimento. Considerada uma pioneira do feminismo no Brasil e provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado publicando textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava, Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, índios e escravos.

Decisão casual

Já Pedro Velho (no Litoral Sul, a78km de Natal), segundo o historiador Câmara Cascudo, não apresenta nenhuma ligação com o político que acabou lhe dando o nome. No livro Nomes da terra: geografia, história e toponímia do Rio Grande do Norte, publicado pela Fundação José Augusto em 1968, Cascudo explica que a cidade foi antes um sítio que foi prosperando até se tornar Vila Nova de Cuitezeiras, lugarejo que acabou ficando debaixo d’água com a cheia do Rio Curimataú em 1901. “A população instalou-se num plano elevado e recomeçou a criar outra Vila. Em dezembro de 1907, falecia Pedro Velho (1856-1907), organizador do Estado Republicano. Aos correligionários saudosos e gratos, seu nome, era a solução emocional e lógica”, explica Cascudo. Hoje, o município tem cerca de 13 mil habitantes.

João Câmara, “cidade dos terremotos”

Um abalo de 5,3 graus na escala Richter foi registrado no município de João Câmara em 30 de novembro de 1986. Outros tremores já haviam acontecido na região e moradores começaram a deixar a cidade temendo presságios que anunciavam tremores mais intensos cujas consequências transformariam João Câmara em um rio. A terra voltou a tremer outras três vezes, dois dias depois.

Dessa vez, os registros sismológicos foram de 4,1 graus na escala Richter. Os terremotos tornaram João Câmara conhecida nacionalmente porque o maior dos tremores foi também o terceiro mais intenso abalo sísmico do Brasil. A 73km da capital, na região do Mato Grande, João Câmara hoje tem cerca de 30 mil habitantes. A cidade se chamou Baixa Verde até 19 de novembro de 1953.

Primeiro prefeito da localidade, com muito trabalho e versatilidade, João Câmara conseguiu vencer na política, chegando a ser deputado e senador, inserindo a então Baixa Verde na modernidade da época, com a implantação de indústrias, com um trabalho organizado de assistência social, com a construção de estradas e com a ampliação do setor produtivo, mais notadamente da industrialização do algodão e do sisal.

Cidades “de nome”

– Afonso Bezerra
– Almino Afonso
– Antônio Martins
– Augusto Severo
– Bento Fernandes
– Coronel Ezequiel
– Coronel João Pessoa
– Doutor Severiano
– Felipe Guerra
– Fernando Pedroza
– Francisco Dantas
– Frutuoso Gomes
– Governador Dix-Sept Rosado
– Ielmo Marinho
– Januário Cicco
– João Câmara
– João Dias
– José da Penha
– Luís Gomes
– Major Sales
– Marcelino Vieira Messias
– Targino, Nísia Floresta
– Pedro Avelino, Pedro Velho
– Rafael Fernandes
– Rafael Godeiro
– Rodolfo Fernandes
– Ruy Barbosa
– Senador Georgino Avelino
– Severiano Melo
– Tenente Ananias
– Tenente Laurentino Cruz

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