NÚMERO DE MEI CRESCE 12,5% NO RN NESTE ANO

Foto: José Aldenir

Dados da Receita Federal apontam que em junho deste ano houve um crescimento de 12,5% no número de microempreendedores individuais (MEI) no estado. Atualmente, são 173.598 empreendedores na modalidade atuando em todo o RN, contra 154.261 em relação ao sexto mês do ano passado. Os números estão próximos aos do Brasil, que teve crescimento de 14% no mesmo período.

Em relação à região Nordeste, as estatísticas são menos significativas. Conforme o portal da Receita Federal que mostra dados sobre o MEI em todo o Brasil, são ao menos 2,8 milhões de empreendedores no Simples Nacional na região. O RN é menos significativo que estados como a Bahia, que tem 756.360 MEI registrados – 26,88% do total, líder da estatística na região – mas peso maior que Sergipe, com 95.849, que é responsável por apenas 3,41%.

O perfil do Microempreendedor Individual no Rio Grande do Norte é composto na maior parte (54.107) por pessoas na faixa etária de 31 a 40 anos; homens (cerca de 88 mil) são a maioria. Entre as estatísticas, estão os perfis de atuação: a maior parte dos MEI (46,44%), de acordo com a Receita Federal, são pessoas jurídicas relativas a estabelecimentos fixos.

No entanto, uma fatia generosa dos empreendedores desta modalidade são do tipo de profissionais autônomos, que trabalham oferecendo seus produtos ou serviços diretamente aos clientes na modalidade porta a porta; na mesma categoria se enquadram aqueles que trabalham em postos móveis ou como ambulantes. Eles correspondem a 19,56% de acordo com o levantamento.

José Ferreira de Melo Neto – ou Zeca Melo, como é conhecido – é diretor superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte e comentou sobre os números que disse considerar razoáveis. Para ele, os índices atuais não fogem de percentuais apresentados nos anos anteriores. “É uma coisa significativa porque você aumenta o número de pessoas que estão empreendendo por necessidade”, disse.

O diretor do Sebrae no RN também falou sobre a importância da formalização de empreendedorismo no estado. “Qualquer movimento de formalização e de legalização é bom para o mercado. Para o mercado é sempre ruim a informalidade. A informalidade é ruim para todo mundo, tanto para quem compra quanto para quem presta o serviço”, afirmou.

Zeca Melo também falou a respeito das mudanças nas relações de trabalho, que acabam estimulando a chamada pejotização e apontou que dentro destes números também se enquadram pessoas que estão saindo da informalidade. “É muito importante. Hoje não tem nenhuma vantagem você ser informal no país. Você vira MEI, você pode vender para grandes empresas, têm uma taxa de juros menor e tem cobertura previdenciária pagando uma taxa simbólica, cerca de R$ 60 por mês”, defende.

No entanto, principalmente com a pandemia, houve crescimento dos negócios hospedados em plataformas digitais. Os microempreendedores individuais que se enquadram nesta categoria são responsáveis por 16,56% dos profissionais do Rio Grande do Norte. Um estudo do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o uso de plataformas digitais, como sites, aplicativos de mensagens e redes sociais já atinge 80% dos negócios de pequeno porte do RN como canais de vendas.

O WhatsApp é mais utilizado pelos empreendedores potiguares. O aplicativo de mensagem serve como ferramenta de vendas para 86% dos donos de pequenos negócios do Rio Grande do Norte que fazem uso de meios digitais, seguido do Instagram (60%) e do Facebook (26%). Segundo a pesquisa, somente 7% mantém uma loja virtual para divulgar e vender produtos ou serviços. Entre os que responderam a pesquisa, a maior parte atua nas áreas de comércio (44%) e serviços (50%).

Do Agora RN

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