REUNIÃO NA CÂMARA DEBATE SITUAÇÃO DELICADA DE “JIPEIROS” DE NÍSIA FLORESTA

Por Agripino Junior, do Nísia Digital.

DSCN9670No turístico município de Nísia Floresta existem diversas classes de trabalhadores que vivem de produtos oriundos desse ramo. Entre eles, os permissionários de veículos que realizam passeios com turistas, que se auto intitulam como “jipeiros”. O serviço – feito de forma legalizada, é relativamente novo na cidade, mas vem enfrentando sérios problemas. O que mais chama atenção é que isso não ocorre no território nisiaflorestense, mas sim na capital potiguar: Natal.

Os proprietários desses veículos utilitários vêm sendo hostilizados por outros trabalhadores do mesmo ramo: os “bugueiros” natalenses. Em reportagem publicada no Jornal de Hoje, retrata-se um dos episódios, onde os que trabalham com os buggys hostilizam os “jipeiros” e obrigam-nos a interromper o passeio alegando que aquela atividade não seria legal. Até ameaças teriam sido feitas para inibir as atividades dessa parcela de trabalhadores.

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Confusão ocorrida no último sábado, 17, registrada pelo Jornal de Hoje. (Foto: Reprodução)

Na semana passada, os Jipeiros Associados de Nísia Floresta – associação criada pela classe – procurou a Câmara Municipal da cidade para detalhar a situação e solicitaram que algumas medidas fossem tomadas. Dessa forma, a Casa Legislativa, por meio de solicitação da vereadora Leila Emiliano, realizou uma reunião na manhã da última quarta-feira, dia 21, que contou com representantes da associação e seu advogado, secretaria municipal e estadual de turismo, da associação semelhante existente em Tibau do Sul, do 3º Batalhão de Polícia de Parnamirim e da assessoria jurídica do município.

Após os fatos iniciados terem sidos expostos de uma forma geral, o advogado Araken afirmou que o caso é de total responsabilidade da polícia e que vários crimes teriam acontecido durante as abordagens feitas pelos bugueiros. Ele ainda disse que houve oportunidade em que “a Polícia Militar foi acionada, mas ao chegar ao local, só fez com que a confusão não ficasse maior, mas não garantiu que os jipeiros concluíssem suas viagens e que executassem seu trabalho”. O advogado afirmou ainda que a associação estará acionando a justiça na próxima semana e que já existem boletins de ocorrências referentes à essas situações.

Para a secretaria de transporte e viação do município, os trabalhadores estão aptos a exercerem suas funções, já que passaram por um exigente processo de credenciamento no referido órgão. “É importante destacar que eles vão à Natal apenas para buscarem os clientes nos hotéis, mas o passeio é feito dentro do território de Nísia Floreta. Por isso afirmo que não é respaldo nenhum para os bugueiros fazerem o que tem feito recentemente”, disse Laércio Bezerra, secretário adjunto.

Os permissionários associados estão cadastrados em um sistema do Ministério do Turismo, que também tem suas exigências, e que o mesmo órgão federal limita apenas que os passeios não sejam entre estados, mas não impede que isso ocorra entre municípios que façam parte de regiões metropolitanas. Os representantes da secretaria municipal e estadual de turismo afirmaram ainda que o Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte (DER-RN), não tem legislação específica. Portanto, os “jipeiros” estão trabalhando dentro da legalidade.

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Tenente Mussolini afirmando que a PM tem que fazer cumprir a lei. (Foto: Agripino Junior/Nísia Digital)

O tenente Mussolini, oficial do 3º Batalhão da Polícia Militar, afirmou que realmente os fatos se encaixam na competência da polícia ostensiva e que não tinha conhecimentos dos mesmos. “A PM tem o dever de atuar nesses casos. Se por ventura o procedimento não for feito da maneira correta, as vítimas podem formaliza denúncia junto à corregedoria”, afirmou. O policial disse ainda que está à disposição para colaborar para que esses fatos não voltem a ocorrer e solicitou que a legislação seja enviada ao comando da entidade para que os policiais estejam cientes do que rege a lei em casos como estes.

A procuradora da Prefeitura Municipal, Sanzia Cavalcante, também teve a palavra e disse que “quanto ao Poder Executivo, o trabalho é realizado dentro da legislação do município, já que todos estão devidamente credenciados na cidade e também nacionalmente”. Ela ainda afirmou que cabe a polícia fazer com que a lei, já existente no mundo jurídico, fosse cumprida. “Estamos à disposição para colaborar naquilo que competir à prefeitura, concluiu.

O trabalhador Adelson, que faz parte da associação, afirmou que tem vários vídeos de casos que ocorreram recentemente em Natal. “Um de nossos colegas está inclusive pondo o carro à venda, por ter medo de que as coisas terminem em tragédia”, afirmou. Ele disse ainda que essa disputa sem fundamento atrapalha o turismo. “O turista que vivencia uma situação triste dessa dificilmente volta e pior ainda: repassa para amigos e familiares, manchando a cidade e o estado”, completou o credenciado.

Registrando que outros órgãos como o Ministério Público, o Comando Geral e o de Natal da Polícia Militar, a Associação dos Bugueiros e o DER-RN, foram convidados porém não compareceram, os vereadores também chegaram à conclusão que estão tentando impor que aqueles trabalhadores de Nísia Floresta não atuem mesmo estando dentro da legalidade. “Em resumo, os bugueiros estão utilizando a força bruta para amedrontar os permissionários e isso não pode ser admitido. Que a polícia garanta que esses pais de família possam trabalhar, já que são devidamente amparados pelas leis”, disse o vereador Daniel Marinho.

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A mesa e os demais debateram a situação crítica. (Foto: Agripino Junior/Nísia Digital)

A Câmara Municipal informou ter cumprido seu papel provocar uma discussão sobre o tema e que irá continua acompanhando os próximos acontecimentos relacionados a violência sofrida por essa classe de trabalhadores nisiaflorestenses. Uma comissão chegou a ser proposta, mas chegou-se a conclusão que não haveria necessidade de acordo com o que foi apresentado.

Os associados reconheceram a boa vontade, mas acreditam que, como algumas órgãos faltaram, não haverá nenhum encaminhamento concreto e temem que a situação não venha a ser solucionada, já que já estão ha tempos tendo reuniões com diversos órgãos e a preocupação permanece.

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6 respostas para “REUNIÃO NA CÂMARA DEBATE SITUAÇÃO DELICADA DE “JIPEIROS” DE NÍSIA FLORESTA”

  1. João Cordeiro

    Acho que estão fazendo tempestade num copo d’agua, pois se é verdade que são credenciados, estão totalmente respaldado pela lei ou seja, tem que denunciar essas abordagens sim, fazendo inclusive boletins de ocorrência .

  2. Santos

    Tendenciosa e tendenciosos

  3. Táxis e os próprios buggies que são de municípios diferentes não podem pegar passageiros em Natal e nem os de Natal em outras cidades,oor que os 4×4 poderiam?são melhores do que taxistas e bugueiros?

    1. Robson

      todos os buggy da região metropolitana de natal podem sim pegar em qualquer município que que faça parte, exceto o táxi que por lei não pode fazer turismo pois não é sua finalidade.

      1. samuel fontes

        verdade . Automóvel de .aluguel para transporte de passageiros, geralmente munido de taxímetro.

        E transporte turistico tem que ser credenciado por orgãos com M.D.T ou DER e nas modalidade turismo ou fretamento eventual e com seguro de responsabilidade cível e os condutores são capacitados com a categoria D exercer atividade remunerada e curso de capacitação de coletivo de passageiros !!!

        1. Robson

          se a MTur Homologou as empresas de transporte turístico de Nísia Floresta não compete a mais ninguém nem mesmo ao DER fiscalizar! somente ao MTur CF art.22 paragrafo XI

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