Por Ana Maria de Morais, Nutricionista e Colunista do Nísia Digital.
Gorduras saturadas são as gorduras animais, encontradas em leite, carne, ovos e também o óleo de coco. Já as gorduras insaturadas são de origem vegetal e podemos dividi-las em dois tipos: gorduras monoinsaturadas, que como exemplos temos o azeite de oliva, óleo de amendoim e óleo de macadâmia. E as gorduras poliinsaturadas, onde temos a gordura de peixe, óleo de soja, óleo de girassol, óleo de linhaça como exemplos.
Dessa forma, existem os aminoácidos essenciais, que são os aminoácidos onde o corpo não consegue sintetizar e necessita deles através da alimentação, existem duas gorduras essenciais, que são o ácido linoléico (LA) e ácido alfa-linolênico (ALA). O LA é conhecido como ômega 6 e o ALA é conhecido como ômega 3, e tanto o ômega 3 quanto o ômega 6 são gorduras predominantemente poliinsaturadas.
O ômega 3 e tão importante quanto o ômega 6 em nossa dieta. Ocorre que é necessário haver um balanço na ingestão dessas gorduras, mas a dieta tipicamente ocidental contém muito mais ômega 6 do que ômega 3, então muito se fala em obtenção de ômega 3 extra através da suplementação. Apesar de não haver um consenso em qual deve ser a relação “perfeita” entre o consumo de ômega 6 e ômega 3, essa relação fica entre 2:1 a 4:1, no entanto na dieta ocidental típica essa relação fica geralmente em 10:1 ou acima disso, indicando que consumimos muito ômega 6 e pouco ômega 3.
O ômega 6 possui propriedades pró-inflamatórias, uma dieta com muito ômega 6 e pouco ômega 3 leva a problemas de saúde relacionados a essa propriedade, como processos inflamatórios pelo corpo. Isso não quer dizer que o ômega 6 seja ruim, quer dizer que deve haver um balanço, como foi dito anteriormente, no consumo de ômega 6 e ômega 3. Numa linguagem mas clara, podemos afirmar que ingerir o excesso de ômega 6 pode-se ocorrer um aceleramento de um certo processo inflamatório.
Sendo assim, o principal benefício do ômega 3 é a sua propriedade anti-inflamatória, que contribui na prevenção de todas as doenças que estejam relacionadas a inflamações no corpo e outro benefício muito importante é a redução no risco de doenças relacionadas ao coração. Estudos já mostraram que o povo esquimó, que tem a maioria de suas calorias diárias vindas de uma dieta rica em peixes e outros animais marinhos, praticamente desconhece a doença cardíaca e outras doenças como câncer, alzheimer, diabetes, entre outras doenças que assolam muitas pessoas que vivem na dieta ocidental típica. Isso se deve não só ao alto teor de ômega 3 nas suas dietas, mas também do baixo consumo de carboidratos refinados e de alto índice glicêmico como açúcar e derivados, e consumo praticamente zero de gorduras trans e de produtos industrializados em geral.
Além de outros benefícios podemos citar também que abaixam o nível de triglicerídios e reduzem o nível do colesterol LDL; diminuem o risco de arteroesclerose e o risco de doenças cardíacas em geral; ajuda na redução e gravidade das dores de cabeça; ajudam a manter a saúde dos cabelos, unhas e pele (a reduzem os níveis das proteínas amilóides no cérebro que são associadas com a doença de alzheimer, e ajudam na prevenção e tratamento de doenças mentais em geral; ajudam na prevenção de doenças oculares, entre outras patologias.
Portanto, em caso de necessidade de suplementação nutricional é importante procurar orientação de um médico ou nutricionista para que o consumo seja adequado. Pois nem sempre a prescrição orientada na bula deverá ser consumida por todos pacientes, pelo fato das necessidades energéticas serem diferentes, dentre outras informações complementares, como exames bioquímicos e avaliação antropométrica.
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