REALIZADA CONFERÊNCIA POPULAR REFLETINDO O TRÁFICO HUMANO EM NÍSIA FLORESTA

Por Agripino Junior, do Nísia Digital.

DSCN7988O tema abordado pela conferência popular, promovida pela Paróquia de Nossa Senhora do Ó, em Nísia Floresta, merecia um público bem maior do que esteve presente na manhã desta quinta-feira (10), no Centro Pastoral Isabel Gondim. O momento foi realizado para apresentar, de forma mais detalhada, o tráfico humano e como ele funciona em suas diversas ramificações. Essa é uma realidade bem presente em terras nisiaflorestenses, diferente do que alguns imaginam.

Além do Padre Ajosenildo Nunes, pároco local, e dos palestrantes Diácono Francisco Adilson da Silva, e o professor e economista Aluísio Alberto Dantas, o evento contou com a presença da Câmara Municipal, com os veadores Eugênio Gondim, Caristia, Zé Nilton, Linderval e Jorge Januário – esses dois últimos até o final, sindicatos dos trabalhadores rurais e servidores municipais e do conselho municipal de saúde. Uma falta bastante notada foi a de um representante do Poder Executivo, já que a prefeita Camila Ferreira estava em um evento no Tribunal de Contas do RN. Não houve também representação do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Em sua fala, que teve como foco o texto base da Campanha da Fraternidade 2014, o Diácono Adilson abordou a “desigualdade social como grande fator para a existência do trabalho escravo e da exploração sexual”. Citou ainda falta de políticas públicas voltadas para a verdadeira valorização do ser humano, além de responsabilizar o “sistema extremamente capitalista” pela má distribuição de renda.

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Palestra do Diácono Adilson. (Foto: Rafael Lima)

O professor universitário Aloísio Dantas, que também leciona no Seminário de São Pedro, abordou a doutrina social da Igreja. “Como cristãos que somos, não podemos ser coniventes com aquilo que tira a dignidade humana”, disse. Ele também abordou a grande concentração de renda em uma pequena fatia da sociedade. “O Brasil é um país rico de miseráveis”, definiu Aloísio na parte de final de sua explanação.

Quando foi aberto o momento para o público fazer seus questionamentos e colocarem seus pontos de vistas, algumas questões foram discutidas: a falta de emprego digno, inexistência de políticas públicas eficazes para formação das pessoas, a demora na realização de um concurso público, o avanço da criminalidade, não preenchimento adequado do tempo ocioso dos jovens, entre outros. Situações que ocorrem em Nísia Floresta e que facilitam o aparecimento ou desenvolvimento do tráfico humano.

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Palavra do Pároco de Nísia Floresta. (Foto: Rafael Lima)

O próximo passo, segundo o Pe. Ajosenildo, é realizar uma audiência pública na Câmara Municipal e nesse momento, apresentar reivindicações elaboradas a partir da conferência. O legislativo já afirmou que é de acordo e basta organizar as pautas e ver uma data mais propícia para realização da audiência.

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