Por Ericleiton dos Anjos, do Nísia Digital.
Na manhã da última quarta-feira (15), a secretária municipal de saúde, Angela do Nascimento Braz, participou de uma audiência pública na Câmara Municipal de Nísia Floresta para tratar sobre a saúde pública na cidade, em especial a situação das gestantes nisiaflorestenses, devido à falta de uma maternidade na cidade. A realização da audiência atende um pedido feito pelo vereador Linderval Freire (PMDB), conforme matéria publicada no último dia 25 de abril, pelo Nísia Digital. O parlamentar participou da audiência onde cobrou da atual gestão respostas imediatas para esse problema.
Outro vereador que também fez muitas explanações sobre o assunto foi Eugênio Gondim (PSD) que durante os anos de 2000 a 2002, esteve à frente da única maternidade da cidade. Segundo ele, nesse período houve mais de 80 partos e mais de 3000 atendimentos médicos e que tudo só foi mantido graças a uma parceria com o governo estadual da época. “Até hoje mantenho minha admiração e fidelidade eleitoral ao governador da época, já que foi ele quem manteve a maternidade em atividade. É importante destacar que em casos como esses, é necessário contar com o bom censo e a boa vontade dos governantes na esfera estadual”, disse.
Após ouvi as cobranças de todos os vereadores presentes, a secretária de saúde, Angela do Nascimento Braz, justificou que a verba para saúde sempre foi muito baixa no país, sendo apenas 3% do PIB nacional destinado a essa área. Mesmo assim, disse que sempre lutou e se preocupou com as questão relacionadas às gestantes da cidade. Segundo ela, existe várias barreiras impostas que impedem de imediato a presença de uma maternidade em território nisiaflorestense. Entre elas, uma norma do conselho de medicina que obriga a todas as unidades de partos terem além da presença dos profissionais de obstetrícia, também os de pediatria.
A Secretária usou o exemplo recente da Apami, em São José de Mipibu, onde a retirada dos médicos pediatras, quase fechou aquela unidade. “Não adianta fazer uma maternidade linda sem ter como mantê-la”, frisou Ângela Braz. Ela ainda lembrou que, nesse segundo semestre a prefeita Camila Maciel Ferreira irá inaugura uma Unidade Pronto Atendimento (UPA 24 HS), que atende além das conhecida necessidades da população, um requerimento da vereadora Polyana Dias (PPS), sobescrito por todos os demais vereadores. Segundo Angela, esta será a grande prioridade de momento na área da saúde municipal, até porque já existe uma parceria entre a prefeitura e a Apami. Porém, a secretária deixou claro que existe uma intenção da atual administração em criar uma maternidade na cidade.
Durante a audiência, houve a participação de várias lideranças e autoridades locais. Jusciê Correia, do conselho tutelar local, lembrou que o orçamento participativo consta números bem mais altos em relação ao que foi falado e que a prefeitura teria dinheiro para fazer a maternidade, bastando ter vontade. “Está na hora de deixar de fazer pracinha para começar a se pensar em fazer hospitais’, comentou’. Ele também criticou a atuação dos vereadores e o fato da prefeita não estar presente em uma audiência tão importante. Seu discurso foi acompanhado pelo da vereadora Leila Emiliano (PSD).
Tanto o presidente da casa, vereador Jorge Januário (DEM), como Eugênio Gondim aproveitaram a oportunidade para esclarecer que os números do orçamento são feitos de maneira prévia e na maioria das vezes não corresponde à realidade que o município recebe. Jorge também disse que foi informado que a prefeita Camila Ferreira estava em Brasília tentando conseguir recursos, o que justificaria sua ausência.
Após os debates, o vereador Marcelo Mesquita (PMDB) e o presidente do SINTE-Nísia, Josivaldo Nascimento, cobraram a criação de uma comissão para reivindicar junto ao executivo que na UPA seja instalado um setor de obstetrícia simples. Em conversa rápida com o Nísia Digital, o presidente Jorge confirmou que este pedido será enviado imediatamente, em forma de proposta, para a gestora municipal. A secretária Ângela também falou rapidamente com o ND e se mostrou favorável a ideia e vai procurar junto com a prefeita a melhor forma de viabilizar esta proposta.
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