MITOS E LENDAS DE PAPARY: A ORIGEM DA LAGOA DO BONFIM

Por Cláudio Marques, professor e colunista do Nísia Digital.

2010 - OndaDona Maria, cabocla de vida simples da região de Papary, ao raiar do dia, logo depois de passar o café para seu marido, que sairia para o roçado, juntou seus poucos trapos, deixou seus dois filhos pequenos e saiu até um riacho próximo a sua casa para lavar seus poucos panos e buscar água para beber.
Chegando ao riacho, observou que por causa das poucas chuvas a água estava mais rasa. Então decidiu andar mais um pouco para procurar outro riacho, rio ou fonte.

Dito e feito. Junto aos seus filhos, que estavam igualmente com sede, encontraram um “olheiro”, que vertia uma água cristalina. A água era tão limpa que dava até dó usá-la para lavar roupas.

Dona Maria passou então a lavar as roupas, enquanto as crianças saciavam a sede com a límpida água. Os filhos de Maria estavam tão felizes que começaram a brincar com a água, jogando um no outro e batendo na água. Quanto mais batia na água com sua moringa – cabaça – mais ela vertia do olheiro.
Magicamente a água começou a cobri-los.

Dona Maria pegou a mais nova no braço e começou a correr, seguida de seu filho. Desesperados corriam de um lado para o outro. Como uma onda, as águas iam de encontro aos três.

Em sete direções os três correram até que a água os engoliu.
As águas mágicas transformaram os três em uma única gigantesca serpente encantada e colorida que, sempre aparece em noite que a lua ilumina as águas da lagoa.

Dizem que a água encantada deu um bom fim aos três, transformando e deixando-os em um único corpo e as sete direções que os três percorreram deram origem às sete pontas da lagoa do Bonfim.

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