Por Andrielle Mendes, para a Tribuna do Norte.
Os incentivos concedidos pelo governo federal ao comércio não foram fortes o suficiente para sustentar o crescimento das vendas em dezembro. No Rio Grande do Norte, o varejo ampliado, que inclui o segmento de veículos, peças e material de construção, cresceu 7,5%, em comparação com o mesmo período de 2011. A taxa, embora maior que a registrada em dezembro de 2011, ficou bem abaixo da registrada em novembro (+9,9%) e outubro (+14,6%) de 2012.
No país não foi diferente. As vendas do varejo ampliado subiram 5%, em comparação com o mesmo período de 2011, mas o avanço também foi menor que o registrado em novembro (+7,2%) e outubro (+14,5%) de 2012. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio e foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio), a resposta para o desempenho abaixo do esperado está nos próprios incentivos. “A estratégia do governo federal de estimular as vendas do comércio em novembro (anunciando o fim da redução do IPI para alguns itens como a linha branca de eletrodomésticos e os automóveis – isenção esta que acabou sendo prorrogada) teve impacto direto nos números de dezembro, fazendo com que o comércio potiguar registrasse um aumento de vendas menor do que o esperado, não apenas no último mês do ano, mas também em 2012 como um todo”, observou Marcelo Queiroz, presidente da entidade.
A Fecomércio esperava um avanço de até 10% nas vendas do varejo ampliado. Apesar da ‘frustração’, a federação ressaltou que os números apresentados em 2012 foram melhores que os de 2011, quando as vendas cresceram 4%, em média, no ano. “Havia uma expectativa de que a correria às lojas em novembro não esvaziaria as vendas de dezembro mas, pelo que vimos, realmente houve reflexos”, acrescenta Marcelo.
Nem todos tem motivos para se queixar. O setor de supermercados e hipermercados, por exemplo, registrou um crescimento de 8,4%, no país. Eugênio Medeiros é dono de um supermercado em Natal e diz que a rede que integra deverá fechar 2012 com um crescimento em torno de 10%. O balanço ainda não foi concluído.
Segundo o IBGE, “o comportamento do setor reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população decorrente da elevação do salário”. Dezembro, observa Eugênio, é historicamente o melhor mês para os supermercados. “E em 2012 não foi diferente”.
Outro setor que se destacou foi o de eletromóveis. A alta nas vendas chegou a 12,3%, no ano. O crescimento, de acordo com o IBGE, é reflexo da manutenção do crescimento do emprego, do rendimento e da disponibilidade de crédito e da redução dos preços, estimulada pela redução do IPI”. Denílson Alves é gerente de uma loja de eletromóveis na avenida Rio Branco e espera um incremento de 20% nas vendas em 2013. Para ele, 2012 não foi tão bom quanto imaginava que seria. “Pelo menos não para a minha filial”.
O setor de veículos também registrou alta, embora menor. “Os incentivos adotados a partir de maio, como a redução do IPI, taxas de juros, margens e liberação de compulsórios, impulsionaram as vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil, que encerrou 2012 acima do crescimento do PIB”, esclareceu a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). As previsões da Fenabrave para o mercado de veículos aponta para um aumento global de 2,82% em 2013.
Publicidade
Deixe um comentário