Por Luís Carlos Freire.
MARIZE, não perdemos, ganhamos!
Ganhamos a confianca de muitos nisiaflorestenses que acreditaram na gente.
Ganhamos a alegria de entramos em todas as casas de Nísia Floresta, salvo naquelas que estavam fechadas. E jamais fomos mal recebidos.
Jamais alguém fechou as portas diante de nós.
Ganhamos porque conhecemos novos cantinhos que surgiram em Nísia Floresta, novas pessoas.
Revisitamos lugares e pessoas, redescobrimos tantas coisas.
Ganhamos porque temos e fazemos questão de dizer que possuimos cora;ão, que temos sentimento, que choramos as mesmas dores de incontáveis nisiaflorestenses.
Ganhamos porque constatamos que o mito que dizia que “‘em Nísia Floresta ninguém pede esmola” é falso.
Nísia Floresta tem lugares onde criancas e idosos passam fome. E muitos!
Nísia Floresta está tomada pelas drogas, pelo alcoolismo. Existem pontos de grande marginalidade em nosso município.
Ganhamos porque descobrimos que Nísia Floresta realmente possui o mais baixo índice de desenvolvimento humano dentre os demais da Região Metropolitana de Natal.
Ganhamos porque descobrimos lixões pelos quatro cantos da cidade, muitos deles situados em ruas, a ponto de atrapalhar o tränsito.
Ganhamos porque descobrimos que o desemprego é o maior problema de Nísia Floresta.
Ganhamos porque descobrimos que, apesar de termos jogado flores a muitas pessoas, recebemos pedras como retorno. E isso deve reforcar nossas esperancas, pois somos pessoas justas e boas.
Ganhamos porque conhecemos lugares desprezados e favelizados, cujas pessoas se esqueceram que são gente. Já não acreditam mais em ninguém, de tanto sofrimento.
Andamos por lugares de beleza estonteante, mas também vimos paisagens que eram lindas e que hoje são deploráveis.
Muita coisa está destruída em Nísia Floresta. E isso é irreversível.
Ganhamos porque descobrimos um fenömeno interessante em alguns distritos: as pessoas tëm medo de alguns candidatos, veem-nas como verdadeiros coronéis – e até mesmo jaguncos – mas votam nelas, pois temem que esses “senhores” descubram que elas não lhe deram o voto. Temem pela necessidade de precisar de um remédio, de um carro na hora da doenca (carro esse que nem sempre vem). Temem pela possibilidade de uma “masalquerenca”.
Ganhamos porque percorremos dunas, estradas, vielas, veredas e tantos caminhos, sob sol,chuva, ventos, e vocë – mais forte que eu – dava-me licões sem precisar falar.
Recém saida de um cäncer, vocë se superou.
Infelizmente não superamos um cäncer deplorável que está no ar em Nísia Floresta: o cäncer da compra do voto, o cäncer da transferëncia macica de votos, o cäncer dos votos pelos contratos humilhantes, o cäncer da chibata, o cäncer da amea;a, o Cäncer da empáfia, o cäncer de deploráveis seres inergúmenos que se veem como poderosos e inteligentes, mas que são píífios e procuram as formas escusas de “vencer”.
Ganhamos porque ao nosso lado não temos nenhum ladrão de verba pública que precisarará devolver aos cofres públicos dinheiro desviado, conforme bombas que já estouraram e outras que estão por explodir.
Ganhamos porque não estamos escondendo nada em Natal!
Ganhamos porque não temos fichas sujas.
Sinceramente, Marize, a gente não perdeu. A gente ganhou.
Seria difícil administrar um município com uma Cämara com o perfil da que assumirá o poder em 2013, salvo raras excecões.
Por que?
Pergunte para um garoto de 5 anos que estuda em bom colégio que ele responderá melhor que certos edis eleitos.
É o Brasil!
Tem cämaras por aí com vereadores incapazes de interpretarem uma frase do Regimento Interno da própria Cämara.
Tem vereadores por aí incapazes de interpretarem uma página do Plano Diretor.
Tem vereadores por aí incapazes de saber sequer o que é o Estatuto das Cidades.
Tem políticos por aí que foram eleitos para governarem lugares que eles sequer sabem o nome, pois não conhecem o lugar, não moram e não morarão no lugar.
Tem lugares por aí que políticos jamais receberão pessoas humildes em seu gabinete, pois só estarão no gabinete em ocasiões especiais. Na maioria das vezes estarão nas capitais.
É, Marize. É por isso que digo que ganhamos!
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