SALVEM A HISTÓRIA DE NÍSIA FLORESTA

Por Cláudio Marques, pedagogo, graduando em história e colunista do Nísia Digital.

A preservação de fontes históricas são mais importantes do que se imagina para ajudar na construção da história. As fontes históricas são ferramentas que nos permitem confirmar a construção histórica, com questionamentos das fontes ou problematizando-as. Um documento cartorial, ou uma simples fotografia pode dizer muito sobre determinada pessoa, lugar, ou sociedade. Basta apenas prestar atenção como se vai trabalhar o documento

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Saindo da minha função, faço um apelo a todos que estão lendo: conservem suas fontes, não joguem fora papéis, carta, fotografias antigas, só porque estão velhas. A história Oral também é muito importante, escutem os mais velhos para que a história não se perca.

Você que passa horas e horas assistindo o que a tv aberta te oferece ( que em 95% das vezes não é de bom proveito) e absorve uma cultura que não é a nossa; mas com isso não quero dizer que não devamos respeitar e compreender a pluralidade de nosso Brasil, nem muito menos fazer apologia a xenofobia. Passe a querer saber sobre quem você é, onde você vive, como foi que as coisas aconteceram. Mais cedo ou mais tarde ela servirá para quem sabe contar a sua história. A seguir faço um resumo de um filme que explora bastante a necessidade da fonte.

Tendo com plano de fundo uma situação na qual um Vale de moradores está para ser “represado” e, seus moradores se vêm em desespero, pois não tem para onde ir nem muito menos seriam ressarcidos. Um personagem se destaca: “Antônio Biá”, que é provavelmente o mais instruído em uma comunidade de analfabetos; com a ideia de registrar a história do Vale de forma escrita na tentativa de provar que o Vale de Javé “existe” nas vias legais, e impedir que a cidade seja submersa.

O que vemos é a tentativa de pesquisa feita pelo protagonista, para saber o que de fato levou o Vale a existir. Embora, o que “Antônio Bia” esteja fazendo é a construção de um texto de registro, para isso ele busca junto à população de Javé as memórias que são passadas de forma oral, mediando à história escrita, uma vez que: “Os projetos de história oral provém uma mediação entre a memória e a história”.

A princípio o personagem responsável pela pesquisa, reúne os mais velhos da comunidade em uma notável percepção de que a memória e a história estão com os mais velhos, pois graças as suas vivências individuais e coletivas, possam trazer a “verdadeira” história do Vale de Javé.

É mostrado também no filme o uso da mnemônica, que é o uso de imagens (datas, etc) para auxiliar na memorização dos fatos, quando são mostradas fotos ou possíveis documentos pessoais  pra a confirmação  do que é narrado.

Por fim, o livro sobre a “história” do Vale de Javé fica pronto, porém não a tempo que salvasse a comunidade da submersão, deixando seus moradores desolados.

Narradores de Javé é um filme que do ponto de vista acadêmico, ilustra as dificuldades de uma pesquisa, e seu levantamento histórico, e mostra várias etapas e aspectos do estudo sobre a formação de um povo uma sociedade. Desde a análise das categorias de memória (circunstâncias históricas, gênero, etnia e classe social), até a história oral.

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