Um dos setores mais fortes da economia potiguar, o turismo, virou ‘‘doente’’ à espera de remédios com efeitos de curto e longo prazos para se curar. Amarga queda nos vôos charteres e perde espaço, como outros estados do Nordeste, para países mais ‘‘baratos’’, o que, para os hotéis, segundo os empresários, têm se traduzido em taxas de ocupação baixas.
Eles alegam falta de planejamento estratégico e de divulgação do destino. Cobram ao governo soluções urgentes para reverter o quadro. A Secretaria de Turismo, na outra ponta, também cobra: parceria do empresariado e da prefeitura de Natal nas ações de promoção e em ofensivas de diversificação para trazer ao Rio Grande do Norte não apenas os estrangeiros, vindos nos vôos fretados. É preciso, na visão do titular da pasta, Fernando Fernandes, apostar no público de eventos, no mercado nacional e na interiorização. ‘‘O governo sozinho não pode fazer isso’’, diz ele.
A discussão envolvendo problemas e diagnósticos do turismo teve largada esta semana. Nova rodada, prometendo mais resultados práticos, está marcada para segunda-feira. O ponta pé para o ‘‘descontentamento’’ mais recente dos hoteleiros foi um levantamento da Infraero mostrando que houve crescimento de charteres em outros aeroportos, enquanto no de Natal o número despencou. Os dados repassados à Associação que representa o setor no estado (ABIH RN) mostram queda de 12% na capital do RN. Foi a terceira maior do Nordeste, atrás apenas de Campo Grande (MS), onde a redução foi de 48%, e de Maceió (AL), com -18%. Na contramão, Recife e Salvador, por exemplo, registraram crescimento de 3% e 10,2%, respectivamente, na comparação entre 2007 e 2006.
As informações divulgadas pela ABIH também mostram números nada animadores para o primeiro trimestre deste ano. Pelos dados, houve queda de 26% no fluxo de passageiros nos pousos internacionais e de 10% nos nacionais. O cenário negativo deixou os hoteleiros ‘‘preocupados’’. ‘‘Os números condizem com as quedas registradas nas taxas de ocupação’’, diz Enrico Fermi, presidente da ABIH, acrescentando que o vôo charter é importante porque está ligado diretamente ao pacote turístico, com a hotelaria amarrada no pacote’’.
Diante do quadro, o setor pede soluções imediatas como investimentos em mídia e planejamento estratégico de longo prazo, o que seria forma de evitar que os problemas se repitam ano a ano. Murilo Felinto, diretor executivo da entidade, frisa que o dólar até ajudou a afastar os estrangeiros, mas reforça que, pelos próprios números da Infraero, é possível perceber que os turistas migraram do RN para outros destinos do Nordeste. ‘‘Sabemos que não é um problema causado pelo governo. O governo não pode tudo. Mas é preciso buscarmos soluções’’, disse. Questionado se os empresários têm feito a parte que lhes cabe ele disse que sim, mas reconheceu que ‘‘ainda é preciso fazer muito mais’’.

Fonte: DN OnLine

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