Por Rejane de Souza, para o Nísia Digital
A decisão da Justiça em afastar a gestora pública da Prefeitura Municipal de Natal, Micarla, é algo inusitado no universo político do Rio Grande do Norte. Essa ação vem alinhada a outras que têm sido tomadas no âmbito federal. Esses acontecimentos têm despertado muitos desconfortos na classe política. E uma esperança para a sociedade, que padece com os desatinos de certos gestores, que usam o poder público e os seus recursos a seu bel-prazer, como se fossem propriedade privada.
O caso Micarla deve servir de alerta para aqueles gestores que, pela vontade soberana do povo, receberam uma carta de aprovação para gerir os recursos públicos, mas não têm prestado conta, de forma satisfatória, de tais recursos ao povo que os elegeram. Com o advento da tecnologia e do Portal da Transparência, qualquer cidadão pode acompanhar os montantes de recursos que vêm para seus municípios e se estão sendo bem empregados. Trata-se de um direito constitucional a ampla publicidade dos atos públicos, por isso o acesso às informações públicas deveria ser estimulado pelos gestores, e não motivo de ocultação, pois transparência e competência para gerenciar a coisa pública são princípios que não deveriam ser cobrados pela população, mas atos naturais dos gestores.
Os fatos postos no cenário da política do RN demonstram que algo de novo está surgindo nesse ambiente, onde o comodismo e o inconformismo com tanta injustiça, desigualdade e corrupção vêm dando lugar a voz em defesa do povo e dos desmandos com o dinheiro público. A atitude legal e moralizadora da Procuradoria da Justiça do Estado do Rio Grande do Norte só merece de nós cidadãos moção de louvor e agradecimento por sua conduta ética e coerente ao que se almeja da justiça.
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