Por Rejane de Souza, do Nísia Digital.
É preciso somente um olhar mais atento, para que se possa perceber o grande potencial que Nísia Floresta detém no campo da cultura, da escultura, do artesanato e das histórias orais. No caminho do Alto, o viajante depara com as esculturas criadas por “Índio”. Na trilha do Porto, a visão se volta para a diversidade das peças artesanais construídas a partir das palhas de coqueiros, isso sem esquecer os móveis rústicos também de troncos de coqueiros, realizados em uma oficina próxima ao mausoléu, onde acolhe os restos mortais da escritora Nísia Floresta. Nesse local, mora dona Raimunda, famosa pela recitação de dramas. Há também Antonio Cota, suas histórias já foram temas de dissertações e monografias, que chegaram às academias. Seguindo a Campo de Santana, o deslumbramento do trabalho das labirinteiras. Trata-se de um artesanato criado por pessoas idosas, com graves problemas de vista, e por isso mesmo, preocupadas em passar o ofício para gerações futuras, necessitando de apoio para realizar esse desejo. Nessa região, ouvem-se depoimentos de pessoas que ainda acreditam nas lendas e mitos que sempre permearam o ambiente fabular do município. E em todo entorno encontra-se um cordelista, um desenhista… Trata-se de pessoas humildes, de grande qualidade humana e artística, porém são invisíveis em sua aldeia. Vivem no anonimato à espera de uma voz que as desencantem e nos encantem com a sua arte de criar, recitar e contar.
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