TRIPLO HOMICÍDIO NA MADRUGADA DE NÍSIA FLORESTA

Por Redação, do Nísia Digital.

Na madrugada desta quinta-feira (8), Nísia Floresta presenciou violência e terror em um triplo homicídio. O ex-detento Joevá Paulo de Lima, 28 anos, conhecido como “Cara de Gato” e a sua companheira, Naponaíra da Silva de 18 anos, foram assassinados à tiros dentro de casa por um grupo ainda não identificado. A mãe de “Cara de Gato”, Iracy Paulo de Lima, também foi atingida e levada para uma unidade médica, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer pouco depois.

Jeová foi atingido por cinco disparos e a jovem foi alvejada quatro vezes, nos dois casos, não houve tempo para hábil para que o socorro fosse prestado. A mãe de Cara de Gato, Iracy, também recebeu disparos, foi conduzida aos hospital, mas também faleceu.

“Cara de Gato” era figura conhecida da Polícia. Recentemente esteve cumprindo pena no Centro de Detenção Provisória de Parnamirim, acusado de envolvimento em assaltos e tráfigo de drogas.

Os criminosos que executaram Jeová, sua namorada e sua mãe, fugiram e não conseguiram ser alcançados pela Polícia Militar, que segue realizando diligência para tentar localizá-los.

O sepultamento dos corpos deve ocorrer na tarde desta quinta-feira (08) no cemitério municipal que fica no Centro da cidade, próximo ao Alto Monte Hermínio.

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3 respostas para “TRIPLO HOMICÍDIO NA MADRUGADA DE NÍSIA FLORESTA”

  1. elizangelafjm2009@hotmail.com

    Boa tarde à todos os seguidores do Blog, com muita tristeza ouvi algumas pessoas fazendo comentários tipo bandidos tem que morrer assim mesmo, ou bem empregado pra ele dentre outros comentários, diante disso gostaria de fazer juntos com vocês uma leitura de um texto de Falcão…fica o questionamento o que foi fez ou faz para que possa ser mudado a realidade das nossas crianças e adolescentes invisíveis em nosso município para que não cheguem a ter um fim trágico como o do nosso irmão Geová Paulo de Lima tão conhecido como “cara de gato”. “Um menino pobre caminhava invisível pelas ruas das grandes cidades brasileiras. Esse menino, que quase sempre é negro, transita imperceptível pelas calçadas sujas das metrópoles, em que muitas vezes se abriga expulso de casa pela violência domestica, esquecido pelo Poder Publico ignorado pela comunidade, excluído da cidadania. Sem perspectiva e esperança, sem vínculos efetivos e simbólicos, com a ordem social, sem ponto de conexão dentitária com a cultura dominante, o menino permanece invisível, enquanto perambula pelas esquinas. A invisibilidade pode ser produzida pela diferença Publica à sua presença – que nunca é somente física; é sempre também social – ou pela projeção sobre ele de estigmas, os quais dissolvem os aspectos singulares que os distinguem como pessoa humana. O estigma estampa sobre o corpo discriminado a imagem pré concebida, que corresponde à projeção de quem porta o preconceito, anulando a individualidade de quem é observado. O menino carrega consigo pelas ruas da cidade, as dificuldades comuns da adolescência, acrescidas dos dramas da pobreza no contexto da imensa desigualdade brasileira. Sabemos que a adolescência é uma criação histórica – cultural recente, mas também sabemos como pode ser desafiadora, do ponto de vista psicológico, com seu rosário de ambigüidades, cobranças, promessas e frustrações. Quando sobre o adolescente pobre desce o véu escuro da invisibilidade social, seu corpo físico passa a suportar um espírito esmagado, subtraído das condições que lhe infundiram auto estima. Quando um traficante lhe der uma arma, nosso personagem invisível recebe muito mais do que um instrumento que lhe proporcionara vantagens materiais, ganhos econômicos e acesso ao consumo; o menino recebe um passaporte para a existência social, porque, com a arma, será capaz de produzir em cada um de nós, em cada esquina um sentimento: o medo, que é negativo, mas é um sentimento provocado no outro um sentimento, o menino reconquista presença, visibilidade e Existência social. Recorrendo à arma, portanto, o menino invisível restaura as condições mínimas para a edificação da auto-estima, do reconhecimento e da construção de uma identidade. Os seres humanos só existem pela mediação do olhar generoso do outro, que nos reconhece como tais, nos devolvendo nossa imagem ungida de humanidade, isto é, qualificada, valorizada. Através do uso de aramas, o menino errante estabelece uma interação, na qual se trona possível sua construção subjetiva, na qual se torna viável o projeto -soi-disant estético – de sua auto- invenção. Trata-se de uma didática perversa, em que o menino afirma seu protagonismo e se estrutura como sujeito, e sujeitando-se a um engajamento trágico como uma cadeia de relações e práticas que o condenarão muito provavelmente a um desfecho letal, cruel e precoce antes dos 25 anos. Além disso, sendo um medo de um sentimento negativo sua auto firmação trará consigo o peso da culpa que corresponde à magnitude dos ressentimentos e juízos críticos sobre o ato violento pelo qual se responsabiliza. Trata-se, portanto de uma espécie de pacto fáustico, em que o menino troca sua alma, seu futuro, seu destino por um momento de glória por uma experiência efêmera de hipertrofia no protagonismo, em que as relações cotidianas de indiferença se invertem: o desdém superior do outro converte-se em subalternidade e humilhante, temor e obediência à autoridade armada do menino. Como se observa, a arma nas mãos dos nossos jovens personagem é muito mais que um meio a serviço e estratégias econômicas de sobrevivência. A uma fome anterior à fome física; mais funda, mais radical e mais exigente do que a fome física: a fome de existir a necessidade imperiosa de ser reconhecido, valorizado, acolhido. Por isso, pelo menos tão importante, quanto às vantagens econômicas, na cena da violência destaca-se a relevância dos benefícios simbólicos, efetivos, psicológico, intersubjetivos.
    Quando o menino tem acesso à arma, freqüentemente no Brasil, tem acesso também ao convívio com grupos de traficantes varejista de drogas e armas, que se estalam nas vilas, favelas e periferias das cidades. Esse convívio proporciona um segundo benefício valioso para os jovens; a gratificação do pertencimento, a qual é tão mais intensa quão mais coeso for o grupo. Por outro lado, a coesão é diretamente proporcional ao grau de antagonismo vivenciado pelo grupo, em suas relações com outros grupos com os quais se relacione coletivamente. Essa é a lógica segmentar os antropólogos conheceram sobretudo a partir da sobras de Evans- Pritchart e Lévi- Strauss, e que os sociólogos já haviam codificado, desde Simmel. Por isso, é tão importante para meninos e meninas experimentar as emoções reconfortantes do pertencimento, aderindo a grupos sedimentares, os quais tornarão a vivencia do pertencimento tão forte quão mais violentamente confrontam os grupos rivais. As gangues do tráfico encenam com resultados trágicos, as regras inconscientes da vida social, na ausência de alternativas construtivas, capazes de sublimar a violência simbolizando-a e a transferindo para outras linguagens, como a dos esportes, por exemplo”. (SOARES, 2002, apud Cerqueira & LOBÂO, 2004).

  2. elizangelafjm2009@hotmail.com

    Fica o questionamento o que você fez ou faz para que possa ser mudado a realidade das nossas crianças e adolescentes invisíveis em nosso município? para que não cheguem a ter um fim trágico como o do nosso irmão Geová Paulo de Lima tão conhecido como “cara de gato”.

  3. elizangelafjm2009@hotmail.com

    As drogas são atalhos usados para suprir carências, proporcionar prazer, satisfação… No entanto, de prazerosa leva à uma prisão tornando-se um vale escuro e um grande desafio seja para o usuário dependente quanto para a família superar. Somente o amor pode vencê-la. O amor que cada um deve ter por si mesmo; o amor entre irmãos (sociedade), mas o Amor Maior que é o Amor de Deus para conosco. “Ataíde Lemos”

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