TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR

Por Ana Maria de Morais, Nutricionista e Colunista do ND.

Causas-da-compulsão-alimentar-noturnaEntende-se que a compulsão alimentar é um transtorno alimentar comum, em que um indivíduo consome regularmente uma grande quantidade de comida de uma vez só, ou constantemente, mesmo quando não tem fome ou se sente fisicamente desconfortável por comer tanto. Diferentemente de pessoas que sobre do transtorno de Bulimia alimentar, quem come compulsivamente não purga depois de comer em excesso, como também não pratica com frequência exercício em excesso na tentativa de queimar calorias.

A compulsão alimentar pode ocorrer em pessoas de qualquer sexo, raça, idade ou estrato socioeconómico e, como quem sofre do transtorno de compulsão alimentar aumenta com frequência de peso ou se torna clinicamente obeso, torna-se passível de contrair uma grande variedade de doenças. Infelizmente, não há uma cura reconhecida para o transtorno de ingestão compulsiva, mas existe uma variedade de opções de tratamento que podem ser exploradas quando o transtorno é diagnosticado.

Quem sofre do transtorno de compulsão alimentar consome grandes quantidades de comida de uma só vez ou come constantemente durante um determinado, mas não purga ou se liberta da comida depois. O transtorno de compulsão alimentar é habitualmente reconhecido por outros devido aos hábitos alimentares de um indivíduo, tais como:

  • Ingerir uma quantidade excessiva de comida, mesmo quando não tem fome;
  • Comer até se sentir desconfortavelmente cheio ou mesmo agoniado;
  • Esconder hábitos alimentares devido a vergonha ou embaraço;
  • Esconder comida para episódios de voracidade;
  • Esconder embalagens vazias ou caixas de alimentos e gerar lixo em excesso;
  • Comer constantemente enquanto houver comida disponível;
  • Comer quando está sob pressão ou se sente psicologicamente diminuído/a;
  • Sentir-se subjugado/a, envergonhado/a e/ou culpado/a durante e/ou depois de um episódio de voracidade;
  • Exprimir repugnância em relação a hábitos alimentares, peso, corpo ou aparência;
  • Expressar descontentamento com a aparência, peso ou auto-estima.

 O transtorno de compulsão alimentar deve ser diagnosticado por um profissional qualificado, de acordo com os critérios de saúde mental reconhecidos. Estes critérios de diagnóstico incluem episódios cíclicos de alimentação em excesso e sensação de perda de controlo durante os episódios, bem como episódios de compulsão alimentar com pelo menos três das seguintes características: comer depressa, comer até atingir mal-estar físico, comer quando não se tem fome, comer sozinho ou ter sentimentos de vergonha e culpa em relação à alimentação. Outros critérios incluem expressão de ansiedade ou angústia em relação à ingestão compulsiva, episódios de voracidade que ocorrem pelo menos duas vezes por semana durante um período mínimo de seis meses e compulsão alimentar sem recurso posterior a um método de purga (vômito auto-induzido, exercício excessivo, etc).

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Com relação as opções de tratamento para o transtorno de compulsão alimentar incluem aconselhamento/terapia, aconselhamento ou terapia familiar, terapia cognitivo-comportamental (para alterar os comportamentos alimentares), frequência de grupos de apoio ou terapia de grupo e aconselhamento e planejamento nutricional.

Habitualmente, não são usados medicamentos para tratar o transtorno de ingestão compulsiva, apesar de poderem ser usados supressores de apetite com controlo médico e alguns medicamentos, como antidepressivos, para o tratamento de condições associadas.

O transtorno de compulsão alimentar é um transtorno alimentar comum, embora muitas vezes mal compreendido. Qualquer informação adicional sobre o transtorno de compulsão alimentar deve ser procurada junto de um médico, um especialista em transtornos alimentares ou outros terapeutas relacionados com este tipo de condição de saúde.

Se faz necessário uma equipe multiprofissional para que venha a colaborar no tratamento eficaz de um paciente com esse de transtorno. Afim de que estes pacientes não venham a adquirir outras patologias associadas.

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