Por Agripino Junior, do Nísia Digital.
Após a sessão ordinária realizada na manhã de quarta-feira (6), a Câmara Municipal de Nísia Floresta recebeu um grupo de moradores da comunidade de Lago Azul. O objetivo da visita foi cobrar mais assistência na localidade, sobretudo no âmbito da segurança pública e da saúde. Foram diversas as reclamações feitas pelos residentes naquela região, chamada de “terra esquecida” por alguns do que se pronunciaram.
A Casa Legislativa abriu os microfones para àqueles que quiseram se pronunciar. A dona de casa Rita, foi a primeira. “Nós só somos conhecidos e lembrados na época da política. São muitos lá dentro, mas só nessa época”, esbravejou a moradora, que ainda pediu uma presença maior do vereador Marcelo Mesquita junto aos moradores. Ela disse que são constantes os casos de assaltos, tentativas de assassinato e recentemente houve um estupro que chocou a todos na localidade.
Rita destacou ainda, como problemas principais, a falta de segurança e pouca assistência na área da saúde. “Estamos entregues aos bandidos. Eles fazem o que querem. Roubam uma granja hoje e marcam outra pra assaltar amanhã”, disse. “Médico só de 15 em 15 dias e são poucas as fichas, Isso dá é confusão entre aqueles que não conseguem pegar uma”, complementou a dona de casa, que também afirmou que existe a possibilidade do atendimento ser transferido para um local mais distante de onde vive a maior parte da população local.
Com o discurso mais forte na oportunidade, Rita mostrou insatisfação com os poderes executivo e legislativo. “Muitos aqui subiram no palanque com a Camila, mas hoje nem conseguimos encontrá-la. Nós confiamos em vocês. O que estão fazendo por nós do Lago Azul? Estamos ao ‘Deus dará’ e sem assistência”, disse. Ela citou a central de ambulância, que havia sido prometida na campanha, mas até o momento não foi criada. “Estamos cansados de promessas. Queremos ações”.
O agente de segurança judiciária, Francisco Cesariano, solicitou mais segurança na comunidade. “Precisamos de ações urgentes na segurança. As pessoas vivem com medo. Eu mesmo fui assaltado há algum tempo, quando fui humilhado perante minha família”, disse o servidor público. Segundo ele, um posto policial e mais efetivo poderia amenizar bastante a situação e pediu aos vereadores que lutassem por isso.
Os moradores ainda levantaram problemas relacionados com a dificuldade de se conseguir uma ambulância para presta socorro, o local onde os ônibus escolares deixam os alunos, principalmente no período da noite, a falta de uma local específico para práticas esportivas e também a falta de iluminação pública nas ruas mais distantes, próxima a região de muita mata, o que, segundo eles, pode contribuir para ações criminosas.
O presidente da Casa Legislativa, o vereador Jorge Januário, disse ao grupo que uma audiência pública sobre segurança foi realizada recentemente na Câmara Municipal e que a situação do Lago Azul foi colocada em discussão. “Nós ouvimos atentamente o depoimento emocionado de Dona Celma, diretora da escola da comunidade. Foi muito chocante”, afirmou. O parlamentar afirmou que o legislativo tem feito sua parte, mas como a segurança é de responsabilidade do Governo do Estado, não há muito a ser feito pelo município, a não ser cobrar e que o legislativo continuará fazendo isso.
Daniel Marinho, também vereador, afirmou que “a Câmara não está inerte em relação ao problema de vocês, nós tentamos conseguir melhorias. Inclusive, nesta legislatura, realizamos uma audiência na escola municipal do Lagoa Azul”. Ele falou ainda sobre os limites das ações dos parlamentares. “Bem como já foi falado aqui em outras oportunidades, nós só podemos ir até um certo ponto, até onde nos cabe legalmente. Existem algumas barreiras”. Da mesmo forma que os outros vereadores, Daniel também saiu em defesa de Marcelo Mesquita – que pediu para sair no início da sessão ordinária, alegando uma audiência trabalhista em Natal – afirmando que o mesmo tem vários requerimentos voltados para aquela região.
O vereador Eugênio Gondim também se pronunciou sobre a segurança. “Nós realizamos aqui uma audiência pública e escutamos relatos não só do Lago Azul como de diversas outras localidades”, disse. Ele disse que questionou o secretário de segurança do RN sobre os motivos do trabalho policial não ser efetivo como deveria, mas que não obteve uma resposta direta. “A prefeita Camila tem feito mais que sua parte, contribuindo na alimentação o no combustível, mas mesmo assim não vemos nada melhorar. Precisamos de mais policias na rua e de investigação”, completou.
Após muitas calorosas reclamações dos moradores – que informaram que buscaram o Ministério Público para pedir ajuda, os vereadores afirmaram que farão o possível para tentar solucionar ou ao menos amenizar algumas das principais questões apontadas naquele momento.
O grupo afirmou que nesta sexta-feira, 8, a população terá um encontro público com representantes da Polícia Militar, no Bar do Peixe (situado na comunidade), para que possam tratar e buscar soluções para a questão da violência, e aproveitaram para solicitar a presença dos parlamentares na oportunidade.
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