Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostraram um aumento no número de pontos de exploração sexual infanto-juvenil no Rio Grande do Norte. Este ano, foram encontrados 135 pontos vulneráveis, contra 18 pontos registrados em 2006. Com isso, o Estado registrou o maior aumento no número de pontos suscetíveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. De posse desses números, autoridades e organizações ligadas à proteção da criança e do adolescente, políticos e representantes da sociedade civil se reuniram, em uma audiência na Assembléia Legislativa, para discutir as problemáticas e planejar ações para combater a exploração sexual infanto-juvenil para fins comerciais no Rio Grande do Norte. A não implementação das ações do Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes foi um dos assuntos abordados na audiência. Criado em 2005, o plano é um instrumento que deveria nortear as ações contra o combate a exploração, mas até agora não saiu do papel. “Não temos orçamento público para por em prática o plano. Acredito que esse é um instrumento muito importante, por isso representantes do Conselho Estadual da Infância e do Adolescente, levaram o plano à governadora. Ela determinou que todas as secretarias incluissem, no orçamento de 2008, recursos para implantar medidas preventivas”, disse o promotor da Infância e Juventude de Natal, Manoel Onofre Neto. A presidente da ONG Responsabilidade Social Posta em Prática (Resposta), Ana Paula Felizardo, ações como essa são importantes para que toda a população tome conhecimento dos problemas que acontecem no Estado, mas que é preciso que as idéias dessas discussões sejam postas em prática. “Produzimos muita lei, muito papel e não se faz tanto quanto deveria. Temos que continuar avançando e um ponto principal é o Plano de Combate à Exploração Sexual. Foi um grande estudo, com sugestões importantes que devem ser postas em prática”. A deputada estadual, Micarla de Sousa, que propôs a audiência, disse ser esse um problema que deve estar entre as prioridades das políticas públicas do Estado. A deputada apresentou algumas sugestões para combater, o que segundo ela é uma “violência nefasta”. “Nós precisamos de mais delegacias especializadas no combate a esse tipo de exploração, mais profissionais especializados. Tendo em vista que só há uma delegacia desse tipo no Estado”. No mesmo requerimento, a deputada solicitou a reativação da Frente Parlamentar de Enfrentamento, Prevenção e Combate à Exploração.
Fonte: Tribuna do Norte
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