Por Cláudio Marques, Colunista do Nísia Digital.
O cenário foi a Europa cristã medieval e o Oriente próximo, onde a cidade de Jerusalém está nas mãos dos mulçumanos. Por volta de 1096 d.C. o Papa da Igreja Católica, Urbano II, convoca toda a cristandade a uma expedição militar para conquistar a cidade de Jerusalém considerada a “Terra Santa”. A essa expedição deu-se o nome de cruzadas, uma vez que seus participantes costurarão em suas vestes uma cruz – símbolo do martírio de Jesus Cristo – embasado no versículo do Evangelho de São Mateus: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.”. Urbano II convence milhares de pessoas comuns, mas também nobres a deixarem suas casas rumo a Terra Santa combater os muçulmanos a quem chamavam de pagãos.
Contudo, até mesmo degredados foram aceitos com participes desse exército de 30 mil cruzados com a promessa de indulgências de seus erros. Isso fez com que os primeiros cruzados formassem um grupo bastante violento.
É importante perceber que ao islamismo e cristianismo, Jerusalém é importante culturalmente por motivos distintos, porém de mesma natureza – mística. Ao cristianismo se faz importante, pois para eles Jerusalém foi local da crucificação e ressurreição de seu fundador, Jesus Cristo que por eles é reconhecido como o Messias – O ungido – considerado o Filho de Deus. Já para o Islã, a Terra Santa é igualmente importante porque lá Maomé – Mohamed – célebre líder árabe e seu libertador ascendeu ao céu como alegação e recompensa de sua missão cumprida na Terra.
Após quase três anos da partida da Europa, os cruzados chegam a “Cidade Santa”, durante o percurso o exército cruzado batalhas, fome e doenças reduzem significativamente o número de guerreiros – segundo alguns historiadores pouco mais de mil chegam. Depois de um cerco de cinco semanas os cruzados tomam a Cidade Santa de Jerusalém.
Para governar os cruzados escolheram um rei. Em 1118 o rei era Balduíno II, um cavaleiro e nobre frances Hugo de Pyns, que oferece ajuda ao então rei de Jerusalém, afirmando ter tido uma visão de formar um contingente de monges guerreiros como a missão de proteger os peregrinos em caminha da Europa para a Terra Santa.
“A proposta de Hugo foi aprovada pelo rei e pelo patriarca, e no dia de natal de 1119, Hugo de Payns e outros oito cavaleiros,(…) fizeram votos de pobreza, castidade e obediência perante o patriarca na Igreja do Santo Sepulcro.” (Piers Paul Read, p.101, 1999)
Eles se intitulavam “Os Pobres Soldados de Jesus Cristo”, nomenclatura essa que viria a mudar quando a essa nova ordem religiosa fora cedido como quartel general uma edificação que se acredita estar sobre o antigo Templo judaico – o Templo de Salomão – como afirma Piers Paul Read em seu livro “Os Templários”:
“(…) Em consequência, eles vieram a ser conhecidos sucessivamente como “Os Pobres Soldados de Jesus Cristo e do Templo de Salomão”, “Os Cavaleiros do Templo”, “Os Templários” ou simplesmente “O Templo”.”
O Cavaleiros Templários eram definitivamente uma nova ordem pois eram religiosos só que com permissão para matar em nome do que acreditam ser a vontade de Deus. Seu treino de combate era absolutamente exímio, eficiente, altamente disciplinado, equipado, pequeno em número mas muito bem constituído. Além disso o Templários eram também monges e como monges medievais oravam sete vezes por dia. Cerca de trinta de regras de sua Ordem baseava-se nas de Bento de Núrsia, sendo assim bastante rigorosas.
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