Por Allan Darlyson, do Diário de Natal.
Sol, mar e lazer. O que deveria ser um local de descanso e diversão se transformou num lugar de transtornos, em Pirangi do Sul, município de Nísia Floresta. Isso porque pessoas que frequentam o local começaram a trafegar de carro pela orla, colocar paredões de som na beira da praia e ainda a fazerem manobras arriscadas com os veículos, na areia da praia. Os “desordeiros”, como são chamados os responsáveis por tirar a paz de comerciantes e banhistas, costumam se reunir na “Barraca do Banga”.
Durante a visita da equipe de reportagem ao local, ontem, a movimentação ainda era fraca. No entanto, a reportagem flagrou 12 carros circulando pela orla. Alguns banhistas chegam a colocar seus carros ao lado das barracas que ficam. O turista Geová Brasil, 45 anos, era um deles. “Não sabia que era proibido. Quando cheguei aqui e vi os vários outros carros estacionados e circulando pela orla, resolvi colocar o meu também. Cheguei até a atolar na entrada. Não sou daqui. Pelo número de carros na praia, isso parece ser normal”, argumentou.
A movimentação dos carros incomoda os comerciantes. O dono de um restaurante no local que preferiu não se identificar informou que os “desordeiros” entram na praia em toda velocidade, sem o menor respeito. “Alguém tem que tomar uma atitude em relação a isso. Virou baderna. Quando eles começam, espantam até os clientes, que temem ser atropelados”, denunciou. O senhor Gonzaga, 54 anos, que tem uma barraca mais próxima da praia também reclamou dos atos desses frequentadores da praia.
De acordo com Gonzaga, a circulação de carros ocorre sem nenhuma fiscalização. “Só fiscalizam aqui em época de alta estação e no carnaval. Quando há fiscalização, não entra nenhum carro, mas agora, nesse período, eles entram e fazem o que querem. Muitas vezes ligam os paredões de som. Já chamamos a polícia várias vezes para contê-los. Quando não estão com os paredões de som, ficam dando cavalo de pau com os carros na orla. Graças a Deus, ainda não ocorreu nenhum acidente”, desabafou.
Os banhistas também temem a grande circulação de veículos. A estudante Isadora Machado, 22 anos, foi com sua família pela primeira vez à praia de Pirangi ontem. Ela ficou impressionada com o tráfego de veículos na orla. “Os carros na área dos banhistas incomodam bastante. Principalmente, porque tem crianças correndo de um lado para o outro, correndo o risco de terem atropeladas”, apontou. A mãe de Isadora, Luísa Machado, de 45 anos, endossou a opinião da filha: “A praia deveria ser um lugar só para os banhistas. Sem carros”, frisou.
Acesso de Nísia Floresta para o litoral precisa de reparos
Apesar de as vias de acesso ao litoral sul terem sido recuperadas, com uma operação tapa-buracos, a estrada do município de Nísia Floresta ficou de fora dos reparos. Indo de Natal para a cidade, o turista se depara com grande parte da estrada em boas condições. No entanto, quando chega nas proximidades de Nísia Floresta, começa a “buraqueira”. É impossível trafegar pelo local sem cair nos buracos.
O motorista Daniel Pereira, 32 anos, que circula frequentemente pela estrada, por trabalhar no município, reclama da falta de compromisso do poder público com a cidade. “Você pode observar que até certo ponto a estrada está toda recuperada, mas quando chega aqui não se vê sinal de obra nenhuma. É horrível dirigir por essas bandas. Prejudica o carro e a gente corre risco de tentar desviar de um buraco e sofrer um acidente”, adverte.
Publicidade
Deixe um comentário