Por Linaldo Silva, professor de turismo da Facex.
Nísia Floresta é um dos municípios potiguares com maior potencial turístico do Estado, dado sua gama de atrativos e possibilidades para o turismo praticado no Nordeste brasileiro. No entanto, o fato de o mesmo Possuir tantos atrativos não o credencia como um município apto, preparado para a prática de tal atividade. É simples explicar: o turismo enquanto atividade econômica precisa de uma rede de serviços e infraestrutura para que o mesmo possa trazer os benefícios que a população tanto espera, o que Mário Carlos Beni, estudioso do Turismo, chamou de Sistema Turístico.
É preciso antes de tudo criar essa rede de serviços, o que passa primeiramente pela comunidade onde o atrativo está inserido. Do ponto de vista social, é preciso ter as necessidades básicas atendidas, como saneamento básico, educação, saúde e redes de acesso, fortalecimento da cultura local, entre outras.
A qualidade dos acessos aos atrativos também é responsável por boa parte da resistência em visitá-los, embora o conjunto de serviços oferecidos também possa influenciar na decisão do visitante. Some-se à péssima qualidade dos acessos a falta de infraestrutura, a falta de qualificação no atendimento, a prática da cobrança abusiva nos preços, a falta de sinalização de trânsito e turística, a ausência de padronização dos bares, restaurantes e afins, a ausência de segurança, a falta de fiscalização dos serviços, guias de turismo sem qualificação e sem postura e, o mais importante, a ausência de um planejamento estratégico para a área de turismo no município. Como pode-se perceber, é preciso antes de tudo arrumar a casa. Não adianta “convidar” os amigos nos visitar se local não apresenta condições para recebê-los. Caso contrário, muitos sairão reclamando da falta de atenção e atendimento que receberam.
E onde entra o poder público nessa processo? Entra exatamente na criação, execução, fiscalização e manutenção dos serviços e infraestrutura oferecidos, oferecendo condições para que atrativos em potenciais (como é o caso das nossas lagoas) em atrativos reais, desenvolvimento social e econômico para toda a sociedade.
Segundo Ignarra (1999, p. 125-126) o governo tem como função:
a) planejamento do fomento da atividade;
b) controle de qualidade do produto;
c) promoção institucional da destinação;
d) financiamento dos investimentos da iniciativa privada;
e) capacitação dos recursos humanos;
f ) controle do uso e da conservação do patrimônio turístico;
g) captação, tratamento e distribuição da informação turística;
h) implantação e manutenção da infraestrutura básica;
i) prestação de serviços de segurança pública;
j) captação de investidores privados para o setor;
l) desenvolvimento de campanhas de conscientização turística;
m) apoio ao desenvolvimento de atividades culturais locais, tais como o artesanato, o folclore, a gastronomia típica, etc;
n) implantação e manutenção da infraestrutura turística voltada para a população de baixa renda;
o) implantação e operação de sistemas estáticos de acompanhamento mercadológico;
Um turismo benéfico e organizado só será possível quando tivermos essas premissas atendidas.
Linaldo da Silva é Especialista em educação profissional pelo IFRN, bacharel em Turismo pela UFRN, técnico em Turismo pelo IFRN, guia de Turismo pelo IFRN e Professor do curso superior de Turismo da UNIFACEX, com passagem pelos cursos de guia de Turismo do SENAC e IFRN.
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