Por Bertoldo Marques, Gestor de pessoas – para o Nísia Digital.
Diante dos protestos, os quais chamarei de movimentos sociais, diante de sua importância para o Brasil, não posso deixar de tentar explicar sob meu ponto de vista, o que levou e levará tantos brasileiros as ruas das grandes e pequenas cidades do país. PRIMAVERA ÁRABE – Para melhor compreender os movimentos sociais brasileiros se deve interpretar o que acontece nos países árabes como a Líbia, Síria, Argélia, dentre outros.
Nesses países acontece a chamada Primavera Árabe, movimento social que teve início quando Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em protesto às condições em que vivia em seu país, protesto esse que desencadeou movimento em massa organizado pelas redes sociais como facebook, twitter, dentre outras; protestos que tem como pricipal objetivo a busca por melhor condição de vida, o que não é oferecido por governos ditatoriais que existiam e ou existem há décadas nesses países.
Uma curiosidade é que apesar do nome Primavera Árabe, este movimento desencadeou-se num período de inverno naquele hemisfério, ficando a interpretação de que o nome primavera árabe significa que acordaram para a vida, que estavam rompendo com governos ditatoriais, com a falta de estrutura e querem democracia e maior participação nas decisões da vida política do país.
OS PROTESTOS NO BRASIL
Vale lembrar que no Brasil já se tem uma democracia, tem-se um conjunto de garantias sociais expressas na Constituição Federal e Estaduais, muito embora não se tenha qualidade nos serviços prestados mais o governo oferece escolas, hospitais, lazer, projetos sociais que garante moradia, dentre outros serviços.
O movimento social brasileiro de início protestava contra um aumento abusivo no preço da tarifa de transporte público, transporte que se paga caro quando se leva em consideração a qualidade oferecida por empresas que detém concessão para oferecer tais serviços.
Após ganhar adesão de toda classe social brasileira, os organizadores desses movimentos, os quais se organizaram via redes sociais perceberam que podem ir além de reivindicações no setor de transporte público, podem protestar contra o alto valor que foi investido na copa quando não se tem um serviço público de qualidade, onde posso citar como exemplo educação, saúde e demais serviços oferecidos pelo Governo em seu sentido amplo.
ACONTECERÁ NO BRASIL O QUE ACONTECEU LÁ FORA?
Existe uma diferença entre o Brasil e os países árabes, nesse caso já está consolidada no Brasil a democracia, embora muitos estudiosos não acreditem nisso, existe no Brasil mandatos periódicos onde a população pode escolher seus representantes, se tem garantido direitos sociais, ainda que precário, onde os países árabes em sua maioria não tem, o Brasil é um país onde sua população pode falar o que pensa, sendo vedado o anonimato, o brasileiro pode concentrar-se em locais públicos para protestar e tem a certeza que nada acontecerá diante desse ato, porque esse também é um direito social expresso na Constituição Federal. Todos esses direitos citados não existem em sua maioria em países árabes.
Não posso imaginar que o governo brasileiro utilizará medidas extremas para conter os movimentos sociais, isso porque não é uma pequena parcela da população que está descontente com a forma que o governo gasta o dinheiro público, sendo a grande maioria da população representada por aqueles que tomam as ruas das grandes e pequenas cidades do Brasil.
Ao tomar uma medida extrema como por exemplo: confrontar a população fazendo uso do exercito, o governo pode desestruturar, não só o seu governo como também a economia, democracia, comércio exterior, dentre outras negativas que uma ação como essa trará.
QUAL O FUTURO DO BRASIL?
O Brasil está a menos de um ano de um evento a nível mundial, terá que repensar a forma como gerir o país de modo a governar para o povo brasileiro e não para o político brasileiro. Esse movimento mostrou que não está contente com o serviço oferecido. Deu um recado ao Supremo Tribunal Federal que deverá julgar e prender político já condenado por diversos crimes. Mandou recado ao parlamento brasileiro que não quer pessoas condenadas pelo STF fazendo parte de uma legislatura em qualquer esfera governamental. Disse que precisa de serviços público de melhor qualidade e que está repensando sua participação nas decisões importantes para o país.
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