Por Redação, do Nísia Digital.
A decisão da Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap) em remanejar médicos do hospital maternidade Apami para o hospital regional Monsenhor Antônio Barros, em São José de Mipibu, causou muita tristeza e indignação por partes da direção e dos funcionários da instituição. Sem médicos, a maternidade irá suspender os atendimentos e fechar suas portas à população, dificultando a situação de gestantes mipibuenses e de outros municípios.
A instituição realizava cerca de 100 partos por mês, entre normais e cesarianas, e recebia por cada procedimento, R$ 443,40 e R$ 545,70. O valor era dividido entre obstetras, pediatras e anestesistas. “Noventa e cinco por centro das receitas vinham do SUS e 5% de procedimento particulares”, afirmou Nadja Ferreira, representante da Apami no Conselho Municipal de Saúde. “Teremos que vender equipamentos para pagar dívidas trabalhistas que serão criadas. Entretanto, ainda tenho esperanças que a governadora Rosalba Ciarlini reveja esse quadro”, concluiu Nadja.
As mães e os bebês já começaram a ser transferidos para o hospital regional Monsenhor Antônio Barros. O procedimento aconteceu depois de uma discussão entre Nadja, o coordenador médico do Samu Metropolitano, Cláudio Macedo, e pacientes. Houve muito choro na unidade, pois muitas temiam ficar sem atendimento, muito devido a precária situação do hospital para onde elas iriam.
Segundo Erickson Amaral, presidente do Conselho Municipal de Saúde de São José de Mipibu, a Sesap tem justificativas para ter tomado a decisão. “O Governo achou que a Apami não estava respondendo a demanda. De cada dez partos diários pactuados, apenas três eram realizados na unidade. Todos os dias saíam ambulâncias para a Januário Cicco e para o hospital Santa Catarina, afirmou Erickson.
A Câmara Municipal de São José de Mipibu, na sessão de ontem (23), se manifestou em favor da continuidade dos serviços na Apami. Os vereadores se comprometeram e ajudar numa tentativa de conseguir uma solução para o grave problema. O Pe. Matias Soares, pároco de S. J. de Mipibu, na mesma audiência, cobrou atitudes concretas das autoridades mipibuenses e que a Igreja Católica está unidade à instituição de saúde nessa causa.
A situação também afeta diretamente outras cidades, como Nísia Floresta, que enviava muitas gestantes para darem a luz em Mipibu, já que a cidade não conta com nenhuma maternidade ou local onde possam ser realizados os partos. Nísia já teve uma maternidade que fechou suas portas há muitos anos atrás, não tendo mais gerado nativos desde então, exceto aquele que tenham nascido em suas casas.
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