40 ANOS DO HWG: O PULSO AINDA PULSA!

Ricardo Araújo, para a Tribuna do Norte.

2013-03-31_171614O jovem senhor completa hoje 40 anos de atividades. Pelo tempo de serviço, já estaria aposentado. Não fossem os pulsos que mantém seus batimentos cardíacos numa nem sempre compassada sintonia, o Hospital Walfredo Gurgel, que é o maior complexo hospitalar do estado, já teria ido a óbito diante de tantas crises enfrentadas ao longo de quatro décadas de (sobre)vida. As mesmas histórias de 1973, ano do início das suas atividades, se repetiram nas décadas seguintes e são tão comuns atualmente, que o Hospital Walfredo Gurgel não é reconhecido pelas milhares de vidas que ali se salvaram ao longo de tanto tempo.

E sim, pelas recorrentes crises de abastecimento, falta de profissionais, corredores que se assemelham às enfermarias coletivas dos campos de guerra e pacientes à espera de atendimento. Muitos não lembram, porém, que é dali que saem vidas salvas, mesmo diante de tantos desafios.

De 1973 a 2013, o fluxo de pacientes aumentou numa proporção inversa a dos investimentos em ampliação. Somente uma grande obra, a construção do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, concluída no início de 2001, foi realizada até hoje. O que serviria como uma “ponte de safena” para a obstruída artéria aorta da rede pública estadual de Saúde, quatro meses após sua fundação já apresentava os mesmos problemas de superlotação do seu vizinho adulto.

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Tais dificuldades, diferente de uma enfermidade, nem sempre são curadas com um antibiótico. Os curativos feitos na infraestrutura e operacionalização do Walfredo Gurgel ao longo dos anos, parece ser a única solução para a “chaga” da saúde pública no Rio Grande do Norte, cujo estado de calamidade foi reconhecido por 180 dias em 2011 pela governadora Rosalba Ciarlini. “O hospital tem tantas dificuldades que eu me sinto uma sobrevivente. São as pessoas, são os funcionários que fazem a diferença aqui dentro”, afirma a diretora técnica da unidade, Hélida Bezerra.

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Mesmo assim, ela admite que, diariamente, “muitas vidas são salvas” e é este o combustível ao qual a equipe médica e administrativa do hospital recorre para não esmorecer em meio aos percalços. Ela cita que, desde 2001, ano no qual ingressou na unidade hospitalar, assistiu aos avanços nos serviços oferecidos à população com a inclusão de especialidades médicas como pediatria, cirurgia vascular, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

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Ao custo mensal de R$ 1,3 milhão, utilizados para o custeio da manutenção geral, compra de material de expediente e medicamentos, além dos consertos dos equipamentos médico-cirúrgicos, o Hospital Walfredo Gurgel dispõe de equipamentos para exames médicos de alta complexidade que nem mesmo os grandes hospitais particulares tem. O tomógrafo de 16 canais e imagens em três dimensões é um deles. No aparelho, são processados até 1.700 exames mensalmente, entre tomografias e angio-tomografias. Há um outro equipamento com as mesmas características disponível no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim.

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No limiar de um novo tempo que neste domingo começa, ao comemorar mais um aniversário, o maior complexo hospitalar do estado vislumbra dias melhores e segue, salvando vidas, em meio ao caos histórico.

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