CONFIRA COMO SERÁ A SEMANA SANTA EM NÍSIA FLORESTA

Por Fábio Pinheiro Bezerra, administrador da Paróquia de Nísia Floresta.

DSCN2654A cada ano a Santa Mãe Igreja nos faz entrar no Mistério de nossa Redenção que é a entrega total de Jesus Cristo por amor a nós na Paixão, Morte e Ressurreição. Por isso desde tempos remotos, nós cristãos vivemos a beleza de nossa fé, porque nos identificamos com o sofrimento daquele que morreu a nossa morte para nos dá a vida eterna. Vida essa que não termina com a morte mais que é porta para o céu.

Esta “Grande Semana” se dá início com a Entrada de Jesus em Jerusalém acolhido pelos Judeus. A Igreja recorda os louvores da multidão cobrindo os caminhos para a passagem de Jesus, com ramos e matos proclamando: “Hosana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor”. (Lc 19, 38 – MT 21, 9). Com esse gesto, portando ramos durante a procissão, os cristãos de hoje manifestam sua fé em Jesus como Rei e Senhor.

Em seguida a Igreja vive em sua rica Tradição práticas da piedade popular que nos ajudam a celebrar e entrar na memória do Mistério da Cruz e Ressurreição. Como a Procissão dos Martírios, que é muito peculiar da tradição do povo de Nísia Floresta, quando os homens saem em procissão com o Cristo Martirizado e as mulheres com os objetos utilizados na condenação de Jesus, ao chegarem na igreja acontece a leitura bíblica dos martírios, leitura essa importante para a fundamentação da vivência cristã. Ainda vivemos na sexta-feira que antecede a Sexta-feira da Paixão, a procissão do Encontro quando mais uma vez o povo se reúne de locais pré-determinados com as Imagens do Bom Jesus dos Passos e da Senhora da Soledade para de frente a Igreja Matriz a realização da 4ª Estação que medita o Encontro de Jesus com sua Mãe. Na Quarta-feira de Trevas ainda vivemos uma procissão do silêncio caminhando com tochas recordando Jesus que vai ao Horto das Oliveiras para viver a Paixão, todo o sofrimento que antecede o seu julgamento final, encerrando na Igreja Matriz com o Ofício de Trevas que trata-se de um conjunto de leituras, lamentações, salmos e preces penitenciais. O nome surgiu por causa da forma que se utilizava antigamente para celebrar o ritual. A igreja fica às escuras tendo somente um candelabro triangular, com velas acesas que se apagam aos poucos durante a cerimônia.

Na Quinta-feira Santa nós começamos o que a Igreja chama de Tríduo Pascal ou tríduo Sacro. Ainda pela manhã desse dia os Bispos reunido com o clero e agentes de pastorais celebram em suas catedrais a Missa dos Santos Óleos, missa está onde são abençoados os óleos que servirão para a administração dos sacramentos durante todo o ano, é a missa da unidade da Igreja. Em seguida a tarde deve se celebrar a Missa da Ceia ou do Lava-pés, ou ainda da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, na qual Jesus Cristo, na noite em que vai ser entregue, ofereceu a Deus-Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores. Jesus, desejoso de deixar aos homens um sinal da sua presença antes de morrer, instituiu a Eucaristia. Termina-se a missa sem a bênção final, segue-se um cortejo para o local determinado da adoração que deve ser sempre contemplativa acompanhada ainda de cantos sem tons de júbilo, pois o Cristo está no Horto a sofrer a paixão. Em nossa comunidade paroquial permanecerá a adoração até às 24h.

Na Sexta-feira da Paixão não se celebra a missa, em nenhuma parte do mundo, esse é o único dia que não tem missa, pois se vive a narração da Paixão e Morte do Senhor a partir das 15h. Lembra as últimas palavras de Jesus, no Calvário, antes de sua morte. As sete palavras de Jesus são: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem…”, “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”, “Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí a tua Mãe”, “Tenho Sede!”, “Eli, Eli, lema sabachtani? – Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?”, “Tudo está consumado!”, “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!”. Em seguida fazemos a tradicional procissão com o esquife que conduz o Senhor Morto e a sua Mãe que acompanha o enterro do Filho muito amado.

No Sábado Santo, Sábado de Aleluia, a principal celebração é a “Vigília Pascal”. Durante todo o dia a Igreja vive o silêncio do sepulcro. Inicia-se na noite do Sábado Santo em memória da noite santa da ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a chamada “A mãe de todas as santas vigílias”, porque a Igreja mantém-se de vigília à espera da vitória do Senhor sobre a morte. Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a benção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a liturgia da Palavra, que é uma série de leituras sobre a história da Salvação; a renovação das promessas do Batismo e, por fim, a liturgia Eucarística. Em nossa comunidade paroquial celebraremos às 22h para concluirmos já na madrugada do Domingo de Páscoa, após a missa a procissão do Cristo Ressuscitado em volta da praça de nossa cidade.

Porém, ainda não se concluiu todo o mistério, é necessário celebrarmos a Vitória e isso se dá com o Domingo de Páscoa. Páscoa que quer dizer “passagem”, que os judeus vivamente celebravam para recordar a passagem do mar Vermelho, que ocorreu muitos anos antes de Cristo, quando Moisés conduziu o povo hebreu para fora do Egito, onde era escravo. Chegando às margens do Mar Vermelho, os judeus, perseguidos pelos exércitos do faraó teriam de atravessá-lo às pressas. Guiado por Deus, Moisés levantou seu bastão e as ondas se abriram, formando duas paredes de água, que ladeavam um corredor enxuto, por onde o povo passou. Jesus também festejava a Páscoa. Foi o que Ele fez ao cear com seus discípulos.

Condenado à morte na cruz e sepultado, ressuscitou três dias após, num domingo, logo depois da Páscoa judaica. Por isso para nós cristãos o Domingo é um dia especial, Dies Domini (Dia do Senhor). A Ressurreição de Jesus Cristo é o ponto central e mais importante da fé cristã. Através da sua ressurreição, Jesus prova que a morte não é o fim e que Ele é, verdadeiramente, o Filho de Deus. O temor dos discípulos em razão da morte de Jesus na Sexta-Feira transforma-se em esperança e júbilo. É a partir deste momento que eles adquirem força para continuar anunciando a mensagem do Senhor.

Convidamos você meu irmão cristão ou não cristão, a vivermos com espírito de amor e adoração esses dias que ao entender da Santa Mãe Igreja são cruciais para redescobrir a beleza de celebrarmos a nossa fé, principalmente hodiernamente quando estamos tão distantes do nosso Bom Deus que muito nos amou e continua a se entregar por nós a cada Missa, somente porque nos ama.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA SANTA NA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO Ó:

DOMINGO DE RAMOS – DIA 24/03

07h – Santa Missa na Matriz (Procissão saindo do Baobá)
09h – Santa Missa em Búzios
17h – Santa Missa no Timbó
19h – Santa Missa na Matriz (Procissão saindo do Baobá)

TERÇA – FEIRA – DIA 26/03
08h – 12h – Confissão – Igreja Matriz
14h – 17h – Confissão  – Igreja Matriz

QUARTA-FEIRA DE TREVAS – DIA 27/03

08h – 12h – Confissão – Igreja Matriz
19h – (Procissão com tochas saindo do Cruzeiro no Conj. Jessé Freire)
Chegando na Matriz – Ofício das Trevas

QUINTA-FEIRA – DIA DA INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA E DO SACERDÓCIO – DIA 28/03

17h – Santa Missa na Matriz com o Rito do Lava-pés
Após a Santa Missa Adoração ao Santíssimo Sacramento até às 24h com as pastorais, movimentos, equipes e serviços e comunidade em geral.
19:30h – Santa Missa em Campo de Santana

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR – DIA 29/03

15h – Celebração da Paixão
Após a celebração a procissão com o Cristo morto.
Apresentação Teatral com o Grupo GENUS

SÁBADO DA VIGÍLIA PASCAL – DIA 30/03

19h – Santa Missa no Timbó
22h – Santa Missa no Matriz
Após a Santa Missa procissão com o Cristo Ressuscitado

DOMINGO DE PÁSCOA – DIA 31/03

17h – Santa Missa no Porto
19h – Santa Missa no Matriz

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