Por Sara Vasconcelos, para a Tribuna do Norte.
A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do Rio Pium deverá começar a operar em meados de maio. A previsão de mais 90 dias foi dada pelo engenheiro civil da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), Evandro Nobre, em visita ao equipamento na última terça-feira, 5, acompanhada pela promotora de Justiça do Meio Ambiente, Gilka da Mata. Alvo de processo judicial para a recuperação do Rio Pium, as obras da ETE Pium/Praias foram inspecionadas pela Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e técnicos do Instituto de Defesa do Meio Ambiente (Idema) e da Caern, que percorreram ainda pontos do leito e da foz do Rio Pirangi-Pium para ver pontos de contaminação, além da construção de estações elevatórias.
A promotora de Meio Ambiente, Gilka da Mata, estima que o estudo complementar de autodepuração do Rio Pium seja concluído em tempo de sugerir alterações, caso seja necessário, antes do sistema receber os esgotos. A previsão é também de três meses. O estudo complementar foi determinado pela Justiça para avaliar a capacidade de rio em receber todos os esgotos tratados da ETE.
A obra foi retomada em 2011, após dois anos paralisadas para adequação do projeto. O sistema de esgotamento da região está orçado em R$ 20 milhões e irá atender as três localidades – Pium, Cotovelo e Pirangi – com a ETE, sete estações elevatórias (de bombeamento) e 60 quilômetros de tubulação.
Dimensionado para uma demanda de até 20 anos, a estimativa, segundo o engenheiro da Caern, Evandro Nobre, é que inicialmente comece a atender 34 mil pessoas e ao final de cinco anos já chegue a 60 mil pessoas.
A ETE receberá os esgotos encaminhados via estações elevatórias e despejados em quatro lagoas, para em seguida ser lançados em tanques de floculação e flotação (para separação e retirada de sólidos), leito de secagem de resíduos e estações que bombeiam a parte líquida, já tratada para o leito do rio.
Esse alongamento de prazo para iniciar a operação não seria atraso puramente, segundo a promotora. “Atende a essas exigências, de estudos, a adequação do projeto para assegurar qualidade no funcionamento da Estação de Tratamento, de forma a preserva o rio Pium”, observa Gilka da Mata.
A rede coletora foi implantada, acrescenta o engenheiro civil e pesquisador da Caern Carlos Antônio Calazans, mas falta ainda executar as interligações prediais, ou seja, fazer a transmissão entre as caixas coletoras das casas e prédios ao sistema de esgotos. “A rede já está em condições de funcionamento. Estamos aguardando somente a conclusão da Estação Elevatório 3 – Cotovelo, para começar a operar”, disse o engenheiro.
A estimativa é que a Estação 3 seja concluída em 30 dias. Uma outra estação elevatória, a 1, em Pirangi, deverá ser iniciada após o carnaval.
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