A população potiguar passa por um drama social terrificante e causador de muito sofrimento. A situação exige um “pacto social”. Infelizmente, está faltando protagonismo. Os líderes parecem não existir. A classe política está desgastada. Não tem credibilidade. Ainda mais, todos estão procurando a própria salvação. Alguns porque querem o poder; outros porque lutam para não ir para a cadeia.
A situação do RN é dramática. O que é visto é a onda de violência que causa medo, sofrimento e pânico. Pessoas de todas as faixas etárias são assassinadas de modo frio. É verdadeiramente a banalidade do mal. Como a classe política não tem verdadeiramente preocupação pelo bem comum, que é “o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 26), então está na hora de outras potenciais lideranças assumirem a sua responsabilidade. Há mecanismos, estruturas e forças simbólicas que podem ser articuladas para realizar ações que favoreçam essa integração e melhoramento social para a população tão sofrida.
Há que ser ressaltado que o drama da violência está atingindo a todos. Não é mais só questão de pobres e ricos, nem outro tipo de estratificação social. As empresas, o judiciário, Ongs, associações, todas as Igrejas, através das suas lideranças do nosso RN, e aqui quero lembrar a importância da colaboração ecumênica, com o projeto comum, sem proselitismos e com espirito evangélico, se forem realmente comunidades que tenham por base de ação o Evangelho, e demais homens e mulheres de boa vontade, devem sentar para pensar e buscar esse bem estar social, sem dispensar a classe política que queira se comprometer de verdade, pelo bem de todos os norte-riograndenses, assumam essa responsabilidade.
Por fim, sei que a indiferença pelo sofrimento dos outros é uma das marcas infelizes destes tempos sombrios, ainda mais, em ano de copa do mundo, eleições e outras vias de alienação que estão para acontecer. Todavia, deixo o meu apelo, consciente de que essa luta, ou é assumida por todos, ou não teremos dias melhores tão cedo. Não podemos perder a esperança, nem esquecer que a paz e a justiça são conquistas que quando acontecem, todos são promovidos. Assim o seja!
Por Padre Matias Soares - Arquidiocese de Natal
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