Por Agripino Junior, do Nísia Digital.
Tentar exercer uma função de uma forma diferenciada pode gerar perseguição? É isso que Alfredo Francisco Filho, de 30 anos, afirma estar vivenciando no município de Nísia Floresta. Ele é taxista desde 2013 e tenta fazer um trabalho diferenciado à população nisiaflorestense, mas diz está sendo perseguido pelo fato de, em determinados momentos, ter atendido pessoas “em uma outra praça” após ser solicitado.
Alfredo conseguiu a autorização para trabalhar com seu táxi em novembro do ano passado, tendo sua praça sido colocada próximo ao Fórum Municipal – que funciona apenas de segunda à sexta. Fazendo um trabalho que visa dá conforto e segurança aos passageiros, ele também investe em propaganda e tem sua marca estampada em diversos comércios da cidade. seu problema começou quando o taxista atendeu diversos passageiros nas proximidades do terminal rodoviário do município, onde outros da classe atuam.
“Todo mundo sabe que encontrar um táxi na praça da rodoviária a noite, nos finais de semana e feriados é muito difícil. Tenho fotos, vídeos e depoimentos que comprovam isso, além de diversas assinaturas de pessoas que precisaram do serviço no centro de Nísia e não conseguiram ser atendidas. Não tenho nada contra meus ‘colegas de classe’. O meu objetivo era apenas atender melhor aqueles que precisavam e ainda precisam”, declara o autônomo.
A situação tomou uma conotação bastante pessoal quando uma de suas propagandas, que ficava em uma lan house próxima a praça Coronel José de Araújo, chegou a ser pichada em duas oportunidades, fatos que levaram Alfredinho – como é mais conhecido na cidade – a procurar a delegacia da Polícia Civil e solicitar a abertura de um boletim de ocorrência e também se dirigir à Promotoria Pública, já que o mesmo estava realmente se sentindo ameaçado.
“Atuo há muito tempo no ramo de transporte. Fui cobrador e motorista de uma empresa. Desde daquela época observei que havia esta dificuldade de se encontrar táxi ali na rodoviária, em horários e dias específicos. Por isso estou revoltado com o que venho passando, pois só quero trabalhar e colaborar com uma melhor locomoção das pessoas. Não quero prejudicar ninguém”, disse o nisiaflorestense.
Após ter procurado a Secretaria de Transporte e Viação, Alfredo teve o conhecimento que existe uma Lei Municipal que o proibia de atuar em um outro ponto de táxi. Dessa forma, ele buscou apoio da Câmara Municipal, que se sensibilizou com a situação quem vem sendo vivenciada pelo autônomo e está tentando articular uma possível solução. Um documento apresentado pelo trabalhador foi lido em plenária na sessão ordinária do último dia 12 de março .
“Quero poder exercer meio direito de trabalhar. Não é só pelo dinheiro. Vivo apenas disso, diferentemente de muitos que também prestam serviço à Prefeitura Municipal ou tem algum elo político, mas é pelo povo que está pedindo. Meu trabalho está sendo dificultado. Se não conseguirem resolver agora, irei à justiça pois sei que não estou fazendo nada de errado. Se chegar a essa ponto, infelizmente muitos poderão ser prejudicados, pois sabemos que existe muita gente com a autorização sem exercer a função devidamente, entre outras coisas”, desabafa Alfredo.
A informação que o Nísia Digital conseguiu é que, após reunião com os vereadores, a Secretaria de Transporte procurou a Procuradoria do município para ver o que pode ser feito nesse caso em relação à uma possível alteração na lei existente. Uma resposta deve ser dada nos próximos dias. A expectativa é que consiga-se chegar à uma solução, já que a situação pode ficar ainda mais complicada e se faz necessário que a justiça seja aplicada à todos, o que pode não estar acontecendo atualmente.
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