Por Agripino Junior, do Nísia Digital.
Em fevereiro de 1963, quando iniciou-se o trabalho do saudoso Dom Eugênio de Araújo Sales e das irmãs missionárias da congregação de Jesus Crucificado, eram bastante marcantes as grandes caminhadas que, juntamente aos paroquianos, se fazia por diversas comunidades da cidade de Nísia Floresta. A “Romaria da Fraternidade”, realizada na noite de sexta-feira, dia 28, foi uma forma de tentar resgatar o espírito antigo da Campanha da Fraternidade, que anda um pouco apagado em seu “berço”.
Promovida pela Paróquia de Nossa Senhora do Ó, primeiramente por iniciativa do Padre Ajosenildo Nunes – pároco local – e abraçada de forma quase unânime por articuladores e animadores, a romaria contou com a participação de centenas de fiéis católicos, boa parte que foram se juntando ao grupo inicial ao longo do trajeto de cerca de 8 quilômetros de extensão.
As atividades começaram com uma concentração na igreja matriz, onde foram realizadas orações e uma apresentação alusiva à temática da Campanha da Fraternidade 2014: trabalho escravo, tráfico de órgãos, adoção ilegal de crianças e exploração sexual. Ocorreu ainda uma interação ao vivo com a rádio FM Executivo 87,9. O início da caminhada ocorreu com um atraso de quase 40 minutos.
A romaria contava também com a Via-Sacra e suas estações. No centro da cidade foram duas. Os momentos contaram com a encenação do Grupo de Teatro Dominus, que buscaram trazer a emoção dos momentos vividos por Jesus Cristo, na oportunidade em que a história da humanidade foi mudada, segundo à fé cristã. Ao todo foram quinze paradas com a atividade teatral.
A caminhada seguia pela estrada RN-063. Na comunidade do Porto, onde houve duas estações, dezenas de pessoas se uniram aos demais. O mesmo ocorreu no distrito seguinte: o de Tororomba, local onde também houve duas paradas. Em alguns destas pausas, educadores, conselheiros tutelares e profissionais em saúde realizaram reflexões sobre os temas da campanha àqueles todas que participavam.
No complicado trecho entre Tororomba e a comunidade de Timbó – destino final da romaria – os fiéis andaram em meio à buracos no calçamento, pouca ou nenhuma iluminação e em estradas de barro. A dificuldade só aumentou quando uma chuva forte, porém não muito duradoura, atingiu à todos. Ninguém desanimou e a caminhada seguiu em um bom ritmo. Apesar da lama que se formou em alguns pontos, a grande a maioria não perdeu o bom humor e a disposição.
A chegada ao Timbó foi tido como “um momento especial para os presentes”, pois foi naquela localidade que surgiram as primeiras experiências da Campanha da Fraternidade. Momentos de reflexão, oração e a benção do Santíssimo Sacramento encerraram a romaria em frente a capela da comunidade: a de São Gonçalo, padroeiro local.
Em seu comentário, no final da romaria, o Pe. Ajosenildo disse que “este momento é de resgate ao início da campanha”, afirmando que “é preciso reavivar o sentimento de seus primórdios”. O sacerdote se mostrou bastante feliz com a participação da população: “Foi uma bonita demonstração de força e de nossa fé católica. Aqui, cumprimos o nosso papel como cristãos missionários nesta noite”, comentou. Os moradores da localidade se sentiram honrados em receber aquela atividade.
Dois ônibus foram disponibilizados para trazerem os fiéis de volta. Já a Secretaria Municipal de Saúde enviou uma ambulância caso fosse necessário socorrer alguém. A Polícia Militar também atendeu ao ofício enviado pela paróquia e compareceu à ação, dando o suporte no âmbito da segurança. Houve ainda um carro de apoio comercializando água e lanches aos presentes
O Nísia Digital esteve acompanhando a primeira edição da “Romaria da Fraternidade” e traz algumas fotos logo abaixo:
Créditos: Agripino Junior
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