Por Vinícus Menna, para a Tribuna do Norte.
Isaías Ferreira da Silva mora no povoado Hortigranjeira, na zona rural de Nísia Floresta. Ele chora todas as noites por causa de uma dor de dente que já se arrasta há mais de um ano. Sendo de família humilde, ele não tem recursos para bancar o tratamento. A saída encontrada: pedir ajuda ao Papai Noel. Mas o problema nos dentes não é o único. Com problemas de cognição que dificultam seu aprendizado, ele ainda não é alfabetizado.
A carta dele teve que ser redigida pela professora dele, Maria das Dores de Lima. Segundo ela, o garoto chora com frequência depois do lanche e pede para ir embora por não suportar as dores. “No começo, a gente achou que era brincadeira. Fomos até a casa dele e a mãe confirmou o problema”, diz.
Para dizer o que queria, Isaías fez um desenho. O primeiro pedido foi uma bicicleta, mas com a opção de fazer dois pedidos, a professora sugeriu o tratamento para os dentes. Ele concordou prontamente, até porque a situação é um incômodo que vai além das dores: as crianças da vizinhança e da escola colocam apelidos e o chamam de feio seguidamente.
“Ele fica com vergonha e vai para casa, chorando”, relata a irmã, Tainara Ferreira da Silva, de 16 anos. “Esse menino chora quase toda noite”, diz a mãe dele, Francisca de Fátima da Silva, de 59 anos.
Mas ainda que enfrente todas essas dificuldades, Isaías ainda pensa em ajudar os outros em detrimento de si mesmo. Ao ser questionado sobre a profissão com que sonha, ele é categórico: “Quero ser bombeiro. Quero ajudar as pessoas”, afirma.
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