Por Agripino Junior, do Nísia Digital.
Uma obra que teve início no ano de 2010 e que inicialmente deveria durar cerca de seis meses, se arrasta até agora, quando caminha-se para o final do mês de outubro de 2013. São cerca de três anos de serviço na escola Leonor Maria Bezerra, antiga XV de Novembro, situada na comunidade de Timbó, no município de Nísia Floresta. O fato já foi noticiado na imprensa estadual e nacional, através de telejornais e portais na internet. O Nísia Digital também abordou o tema.
Buscando obter explicações sobre a real situação da obra, o vereador Eugênio Gondim, solicitou ao presidente da Câmara Municipal de Nísia Floresta, vereador Jorge Januário, que encaminhasse ofício convidando o engenheiro da Prefeitura Municipal e um representante da empresa responsável pela obra, a RN Construções. Eugênio afirmou que a intenção não era colocar contra a parede à empesa e sim dar respostas à população.
Na sessão realizada na manhã de quarta-feira, dia 16, os vereadores receberam o proprietário da empresa que atualmente é responsável pela execução do serviço: Carlos Alberto de Araújo, que esteve acompanhado de sua filha, Cadidja Suerda, falando sobre o que compete à RN Construções e Serviços LTDA, no referido caso.
Alberto iniciou falando sobre a atuação de sua empresa. “É importante dizer que a nossa empresa começou a ter a responsabilidade da obra daquela escola a partir de maio 2013, ou seja, o que passou-se antes disso não nos diz respeito. Nós não podemos fazer o serviço às pressas e perder qualidade, pois primamos por um serviço bem feito. Um exemplo foi o piso. Depois de adquirido, fizemos questão de mostrá-lo ao engenheiro, para saber se ele aprovava ou não. Tendo sido aprovado, nós o colocamos”, afirma.
Questionado sobre possíveis atrasos, o empresário respondeu: “Nós tivemos problema com mão-de-obra. Para os senhores terem uma ideia, a equipe que atualmente trabalha no local vem de Angicos, há mais de 20 km de Natal. As fortes chuvas que caíram em determinado período também acabaram atrapalhando bastante as nossas ações no local. Mas, ao contrário do que alguns disseram, nunca a obra ficou 100% parada sem uma justificativa”.
A RN Construções também apontou prováveis falha de cálculos no projeto que foi licitado e vencido pela mesma. “Na planilha do projeto, havia 140 metros de revestimento 20x15cm. Nós já implantamos esse número, porém, para concluir todo o prédio, ainda serão necessários outros 130 metros. Da mesma forma ocorreu com as lâmpadas. O projeto dava conta que seria necessários 39 para iluminar todo o espaço, mas depois de instalarmos, constatamos que ainda serão necessárias outras 19 lâmpadas. Nós já solicitamos um aditivo para setor de engenharia da Prefeitura Municipal para resolver essas e outras questões, mas ainda não obtivemos resposta”, comentou Alberto.
Finalizando, a empresa estipulou um prazo para terminar o serviço que lhe cabe. “Nossa previsão para encerrar o que está no projeto, que é o que nos cabe, é para o final de novembro”, afirmou Alberto. Entretanto, quando perguntado se isso deixaria a escola pronta, ele respondeu: “É por isso que estamos colaborando com a Prefeitura Municipal buscando soluções, pois quando finalizarmos o serviço que foi licitado, não há como afirmar com certeza se a obra será entregue totalmente pronta. Estamos dispostos a fazer o melhor, mas precisamos de aditivos para fazer o que é necessário, mas não está no projeto”. Do valor acordado em contrato, a RN Construções teria recebido apenas 50% do total
O vereador Jorge, presidente da Casa, elogiou a participação do proprietário da empresa, tendo ficado satisfeito com os esclarecimentos daquilo que compete à mesma. Porém, se mostrou preocupado com o próximo ano letivo, já que reconhece que o local atualmente utilizado não dá condições para que a educação seja trabalhada como deveria. O parlamentar também afirmou que todos os problemas burocráticos devem ser resolvido a tempo, pois a população não pode mais ser penalizada por isso.
A discussão foi prejudicada pelo fato que não houve a presença do engenheiro da Prefeitura Municipal, que justificou dizendo que já tinha outro compromisso marcado com a Secretaria Municipal de Educação. Ainda pensou-se em dispensar os representantes da empresa, já que as versões de ambos não poderiam ser confrontadas, podendo fazer com que o debate fosse mais justo.
Um novo ofício para o representante do setor de engenharia da Prefeitura Municipal já foi emitido. A expectativa é que a Câmara de Nísia Floresta possa ouvir o engenheiro na sessão da próxima quarta-feira, dia 23 de outubro, no palácio Almir da Silva Leite.
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