Por Agripino Junior, do Nísia Digital.
Uma grandiosa contradição. É como se pode analisar a situação de aproximadamente cinquenta famílias que moram na região conhecida como “Ponta das Negras”, na lagoa do Bonfim, no município de Nísia Floresta. Mesmo morando nas proximidades do local que abastece diversas cidades das regiões mais secas do Rio Grande do Norte, centenas de pessoas vem sofrendo há alguns anos com a falta de água em suas residências.
O problema teve início há cerca de três anos quando os poços começaram a secar, informou os integrantes da Associação dos Moradores da Estrada do Bonfim (AMEB). O grupo afirma que já encaminhou um abaixo-assinado para a Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), solicitando uma solução ou ao menos amenizar a situação. Também relatou-se o mesmo à Prefeitura Municipal. A Caern teria ficado de analisar o caso, mas ainda não teria dado nenhuma reposta concreta aqueles que a procuraram.
Para uma determinada região existe apenas uma fonte de água: um poço oriundo de um projeto da Emater-RN. Entretanto, devido a diversos fatores, incluindo a baixa potência da bomba instalada no local, o mesmo abastece apenas algumas casas que ficam próximas ao local e mesmo assim, com certa deficiência. “Não atinge nem 10% das famílias que estão tendo dificuldade no abastecimento. A água deveria ser colocada diretamente na rede, com uma potência bem maior”, afirma Maciel Macêdo presidente da AMEB.
O morador Francisco Gomes da Silva, mais conhecido como Chico do Bonfim, é um dos que estão passando pelo problema. “O poço de meu sítio já secou tem um tempo. Bem como os dos meus familiares e vizinhos. Alguns ainda tem cacimbões com água, mas o nível está muito baixo e por serem antigos, tem um risco muito grande em tentar ampliá-los. E a maioria não tem dinheiro para cavar os poços mais profundos que seria o ideal para tentar sanar essa problemática”, disse Francisco, ao Nísia Digital.
Os moradores afirmam não quererem nenhum tipo de desvio vindo da adutora Monsenhor Expedito, pois sabem que ela abastece pessoas que precisam muito do serviço, mas que é uma situação difícil ver as tubulações passando próximo às suas casas e as mesmas não terem água em suas torneiras. Eles inclusive estão dispostos à pagar as devidas taxas para terem um melhor acesso à esse bem tão precioso na vida de qualquer ser humano. “Procuramos o ND para que o problema fosse apresentado aos demais nisiaflorestenses e que as soluções possam realmente aparecerem”, concluiu Maciel.
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