QUAIS SERIAM OS MAIS IMPORTANTES PERSONAGENS NISIAFLORESTENSES DEPOIS DA ESCRITORA DIONÍSIA?

Por Agripino Junior, do Nísia Digital.

interrogacaoTodo bom nisiaflorestense sabe ou deveria saber que, sem dúvidas, o personagem mais importante da cidade trata-se da escritora Nísia Floresta Brasileira Augusta, falecida há mais de 100 anos. Apesar de sua história ainda não ser preservada como deveria, não há como negar a sua importância na luta não só pelos direitos das mulheres, mas também sobre a liberdade e a igualdade social. Ela é reconhecida internacionalmente no meio literário. De fato, Dionísia (seu nome verdadeiro) é hors-concurs.

A ideia aqui não é sugerir nomes e sim saber qual a opinião de nossos leitores sobre outro grande personagem que tenha sido importante em algum seguimento da sociedade da antiga Papary. Não queremos fazer comparações, pois isso não vem ao caso.

Não precisa ser um grande estudioso para opinar, até porque muitos personagens podem não ter tido o devido conhecimento e a ideia é garimpar algumas dessas pessoas que podem ter feito muitas coisas expressivas, mas que, por algum motivo, não tiveram a devida divulgação.

Por isso o Nísia Digital quer saber de seus leitores, quais seriam os principais personagens nisiaflorestenses depois da escritora Dionísia? Deixa a sua resposta através da caixa de comentários.

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3 respostas para “QUAIS SERIAM OS MAIS IMPORTANTES PERSONAGENS NISIAFLORESTENSES DEPOIS DA ESCRITORA DIONÍSIA?”

  1. glaucio moura

    Primeiro prefeito de nisia floresta por mais de 40 anos coronel Jose de Araujo

  2. Seminarista João Batista Nunes Filho

    Fato notório para o município de Nísia Floresta, e que poucas pessoas oriundas daí desconhecem, é o potencial para a vida eclesial que alguns homens demonstraram ter ao longo destas quase duas décadas de história: refiro-me aos ilustres varões que, em um determinado momento da vida, ouviram o contagiante convite de Jesus (Vem e segue-me /Mt 19,21) e, deixando tudo, o seguiram na vivência do ministério sacerdotal. Pesquisando em algumas fontes, em preparação para a composição do artigo “ Papary: terra de vocações” (que será explanado na revista em comemoração aos 180 anos de criação da Paróquia de Nossa Senhora do Ó, a ser celebrado em 29 de agosto próximo), constatei que sete homens, filhos naturais das terras de Papary, chegaram ao grau do presbiterado (foram ou são padres) exercido na Igreja Católica. São eles: Padre Basílio José Freire de Alustau Navarro(este foi professor de Izabel Gondim); Padre João Jerônimo da Cunha; Padre Mizael Justiniano de Carvalho; Padre Manoel Maria de Vasconcelos Gadelha; Padre Josenildo Bezerra dos Santos e Padre Antônio Marinho Neto (estes dois últimos estão vivos). Por isso, ao falar de “filhos ilustres” da Cidade de Nísia Floresta não podemos esquecer os que se doaram (e se doam), à frente do pastoreio da Igreja Católica, e tão bem representaram (e representam) no meio eclesial nosso ilustre município.

  3. Luis Carlos Freire

    Agripino, como você tem conhecimento, nosso município é berço de pessoas importantes quando se fala de legados, independentemente de os mesmos terem ou não uma compleição erudita ou empírica, até porque, parodiando Paulo Freire, existem saberes diferentes. O fato de um ou outro terem gênese no academicismo ou no senso comum não os diminui nem os avulta uns perante os outros. Todos são importantes.
    Foi providencial você ter ressaltado exatamente isso, pois, devido a uma concepção cultural, muitas pessoas entendem como importantes única e exclusivamente autores de feitos eruditos. E, nesse mister, muitas vezes alguns puxam as brasas para os seus assados, exaltando demasiadamente alguns e ofuscando outros – esquecendo-se que protagonistas podem ser brancos, pretos, ricos, pobres, católicos, evangélicos, enfim todos os que se destacam por algum feito.
    Excetuando a imagem de Nísia Floresta (1810-1885), a qual você bem colocou como um nome hors-concours – exatamente por ser um nome hors-ligne, temos vultos insignes, e pouco lembrados. Dê uma apreciada nesse novelo nísia-florestense desenrolado abaixo, e que sobre alguns teço breves comentários:
    TARQUÍNIO BRAULIO DE SOUZA AMARANTO (1829-1889). Bacharel em 1857, doutor em 1859, professor da faculdade de Recife, na cadeira de Direito Eclesiástico, o qual sensibilizou o imperador D. Pedro pela inteligência brilhante, deputado provincial de 1858 a 1859…
    ANTONIO JOSÉ DE MELO E SOUZA (1867-1928). Cursou ciências sociais e jurídicas na Faculdade de Direito de Recife, advogado, escritor e político. Foi promotor, deputado estadual, diretor de instrução pública, procurador da república, secretário de governo, procurador geral, governador, senador, consultor geral do estado, secretário geral do estado. Reconhecido por sua austeridade e honestidade: verdadeiro catão. Exímio escritor. Possuía um pseudônimo: “Policarpo Feitosa”. Autor de várias obras, destacando-se Gyzinha (1930), obra de grande apuro literário, inclusive estudadas em universidades paulistas, inclusive cheguei a contribuir com garimpagens de pesquisa para o professor Gemeinder (SP).
    ISABEL URBANA DE ALBUQUERQUE GONDIM (1839-1933). Professora, fundadora de uma escola (que ainda existe em Natal), autora de seis livros sobre temas variados, calígrafa, sócia do Instituto Histórico e Geográfico do RN, dedicou-se ao ensino e a poesia, inclusive condecorada com a Medalha de Mérito do departamento Estadual de Educação (já homenageada com seu nome dado ao Centro Pastoral doado pela mesma à paróquia).
    LUIZ TRINDADE (1976-1951). Exímio poeta. Colaborador de jornais, por exemplo, O Oásis e A Arte, editados em Santos e São Paulo. Formou-se nos tempos áureos do Atheneu. Funcionário da Fazenda Federal e Oficial Aduaneiro de Santos (SP), depois escriturário. Foi também escriturário da Alfândega de Belém (PA). Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Livre Direito do Rio de Janeiro.
    BASÍLIO JOSÉ FREIRE DE ALUSTAU (ALUSTAW) NAVARRO (ordenado padre em Olinda, em 1848, tendo servido às paróquias de Papari e Arês e exercido cátedras de filosofia e religião)
    Aos nomes elencados nos comentários anteriores, somam-se outros, como por exemplo, Manuel Laurentino Freire de Alustau Navarro (já homenageado com o nome de escola, mas que necessita de maiores estudos). Trajano Leocádio de Medeiros Murta, Cândido Freire de Alustau Navarro, Manoel Ferreira de Mesquita, Tereza Lustoza da Silva Araújo, Cel José de Araújo (já homenageado em praça e na Galeria da Prefeitura local), Sr. Antonio Velozo, o qual realmente foi lutou na Segunda Guerra Mundial, na Itália, (inclusive com o meu tio Manoel Amaro Freire – ambos da mesma turma. Tenho fotos de uma homenagem que prestei ao Sr. Velozo, quando fui diretor da EMYP), o pai da professora Piedade (cujo nome me falha a memória), Maria do Carmo Bezerra Dias (1905-2012 – também já homenageada), o Sr. Aprígio Marques, fundador, juntamente com o Pr. Neco, da primeira Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Nísia Floresta, o Sr. Carlos Gondim (já homenageado), Agripino Marques (inclusive, por coincidência, tenho registros de pessoas que relataram o esmero que ele dava a sua função de tabelião. Ele fez incontáveis viagens à Moita, na casa de uma família muito humilde, cujos filhos não tinham registro e os pais não eram alfabetizados, até conseguir apurar as datas dos nascimentos e registrar a família inteira – com um detalhe: sem cobrar “um tostão”, como disse a própria depoente, em 1995. Só por bondade). Curiosamente o dono da casa mandava uma pessoa anotar numa madeira os nomes e datas, a qual ele guardava.
    Dentre os supracitados, temos alguns vivos, por exemplo:
    SOCORRO TRINDADE. Escritora e poeta. Professora aposentada da UFRN, a qual tem estilo próprio. Autora de mais de quinze obras, dentre colaborações em livros coletivos de diversas universidades, além de assinar artigos jornalísticos em vários estados.
    D. RAIMUNDA DO PIRÃO-BEM-MOLE: Digna das mais destacadas homenagens, pois é a memória viva de fatos importantes do nosso município. Cancioneira popular, contadora de histórias, protagonista de “dramas” antigos, fabricante de vassouras de mato… fonte de saberes integradores da farmácia popular, da culinária, enfim, uma sábia.
    OS MESTRES DE BOI-DE-REIS: BENEDITO, ANTONIO E CANINDÉ DA RUA DA PALHA (VILA SÃO JOÃO). São mestres genuínos desse folguedo. Não se trata de grupo parafolclórico ou de recriação (que também é importante), mas de uma manifestação transmitida de pai para filho, inclusive já participaram de um festival nacional, em São Paulo. Foi uma luta muito grande ter “ressuscitado” esse grupo do abandono que eles imputaram a si próprios, à sua própria arte, anteriormente, movidos pela ausência de uma política educacional e cultural voltada para eles e outros. Foi por isso que, entre 1992 a 2006, me voltei veemente para esse tesouro, inclusive postulei e consegui patrocínio do Banco do Nordeste. Da mesma forma fiz com d. Raimunda e com o grupo de Coco-de-Roda, de Campo de Santana.
    Ainda verei em Nísia Floresta um bairro em cuja toponímia se constate a “Rua do Pirão-Bem-Mole”, “Rua do Coco-de-Roda”, “Rua do Boi-de-Reis”, “Rua do Pastoril” e, obviamente, outros lugares com os nomes dos protagonistas desses folguedos.
    O município de Nísia Floresta já foi palco de acontecimentos marcantes, muitos deles sepultados e totalmente desconhecidos pela maioria das pessoas. Cito, por exemplo, um caso isolado, referindo-me a um texto que escrevi em 1997, denominado “O Massacre da Barra de Tabatinga” (não me recordo se publiquei em meu blog). Mas trata-se de um morticínio encampado pelo holandês Jacob Rabi, logo após o famoso Massacre de Cunhaú, aos 16 de julho de 1645. Os que sobreviveram daquela sanguinária loucura vieram se esconder na casa de Lestauws (Alustau) Navarro, em Barra de Tabatinga (exatamente na Ponta de Estevão Ribeiro – atual Porto de Tabatinga). Sua casa era uma espécie de forte, cujas ruínas estão sepultadas no Formigão, necessitando de um trabalho arqueológico. Dois meses depois o sanguinário holandês veio com seus homens (índios tapuias e trinta civis holandeses) e realizou outro massacre, matando 16 portugueses. Trata-se de um ponto importante da história nísia-florestense, a qual não deixaria de ser uma grande atração turística, assim como Cunhaú e Uruaçu.
    Se for para desenrolar o novelo dos cidadãos importantes e de acontecimentos notáveis, levaria tempo, pois são muitos.
    No meu blog “nisiaflorestaporluiscarlosfreire” é possível encontrar as biografias de diversos destes, embora o tempo não tem me permitido revisar os textos e inserir novos nomes, os quais preciso atualizá-los. Mas dá para ter ideia.

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