Por Cláudio Marques, professor e colunista do Nísia Digital.
Contam os antigos moradores da cidade de Nísia Floresta que, por volta do século XVIII, um rio, com água e peixes abundantes, brotava de um olheiro onde hoje acolhe parte da edificação da igreja. Nessa época, pescadores, diariamente, alimentavam-se do produto da pesca desse rio. Misteriosamente, o rio começou a represar suas águas. A água diminuiu tanto de volume que não se necessitava mais de canoa. Diante disso, em busca de águas mais profundas, um pescador conseguiu chegar até o olheiro do rio.
Relata-se que era uma abertura um pouco extensa que brotara a água. E nesse processo, o pescador viu, embora distante, algo boiando. Espantado, o simples pescador percebeu que havia a imagem de uma santa, a imagem de Nossa Senhora. Mais tarde, ficou-se sabendo que se tratava da imagem de Nossa Senhora do Ó, a virgem da expectativa, a Maria grávida à espera do menino Jesus.
Logo após o resgate da imagem de Nossa Senhora do Ó, os padres capuchinhos levaram-na para São José de Mipibu. Eles fizeram uma grande procissão com os caboclos a fim de transportar a imagem. No dia seguinte, a imagem não estava mais em São José de Mipibu, pois ela tornou a aparecer no mesmo local onde foi encontrada da primeira vez.
Por mais de três vezes, levaram a imagem de Nossa Senhora do Ó em procissão a São José de Mipibu, e todas às vezes, ela retornava a Papary. Então, o padre entendeu que o destino da imagem só poderia ser um: ficar em Papary. Daí foi erguida uma capela no local onde era o rio, depois foi erguida a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó.
Mas o rio narrado, ainda hoje pode ser ouvido, se na sacristia você encostar a ouvido no chão da matriz.
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