MITOS E LENDAS DE PAPARY: O RIO CAUDALOSO EMBAIXO DA IGREJA

Por Cláudio Marques, professor e colunista do Nísia Digital.

DSCN7950Contam os antigos moradores da cidade de Nísia Floresta que, por volta do século XVIII, um rio, com água e peixes abundantes, brotava de um olheiro onde hoje acolhe parte da edificação da igreja. Nessa época, pescadores, diariamente, alimentavam-se do produto da pesca desse rio. Misteriosamente, o rio começou a represar suas águas. A água diminuiu tanto de volume que não se necessitava mais de canoa. Diante disso, em busca de águas mais profundas, um pescador conseguiu chegar até o olheiro do rio.

Relata-se que era uma abertura um pouco extensa que brotara a água. E nesse processo, o pescador viu, embora distante, algo boiando. Espantado, o simples pescador percebeu que havia a imagem de uma santa, a imagem de Nossa Senhora. Mais tarde, ficou-se sabendo que se tratava da imagem de Nossa Senhora do Ó, a virgem da expectativa, a Maria grávida à espera do menino Jesus.

Logo após o resgate da imagem de Nossa Senhora do Ó, os padres capuchinhos levaram-na para São José de Mipibu. Eles fizeram uma grande procissão com os caboclos a fim de transportar a imagem. No dia seguinte, a imagem não estava mais em São José de Mipibu, pois ela tornou a aparecer no mesmo local onde foi encontrada da primeira vez.

Por mais de três vezes, levaram a imagem de Nossa Senhora do Ó em procissão a São José de Mipibu, e todas às vezes, ela retornava a Papary. Então, o padre entendeu que o destino da imagem só poderia ser um: ficar em Papary. Daí foi erguida uma capela no local onde era o rio, depois foi erguida a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó.

Mas o rio narrado, ainda hoje pode ser ouvido, se na sacristia você encostar a ouvido no chão da matriz.

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3 respostas para “MITOS E LENDAS DE PAPARY: O RIO CAUDALOSO EMBAIXO DA IGREJA”

  1. José Carlos

    Nesses tempos de seca , esse rio ( se é que existe ) ta no lugar errado!

  2. Ana Maria de Morais

    Belo artigo professor Cláudio. É sempre bom valorizarmos a cultura de nossa cidade, se não poderá ser esquecida. Seja mito ou verdade, devemos valorizar. E mesmo que tudo falado a cima (contado de geração pra geração) não seja verdade, sabemos que nossa cidade é cercada por lençóis freáticos de água. Dessa forma há uma grande possibilidade que tenha um “rio” debaixo de nossa Igreja, ou até uma nascente. Pois bem próximo de nossa belíssima Igreja Matriz, temos o rio da “Bica”. Então, eu não duvido, respeito, admiro e valorizo a rica história de nossa cidade.

  3. ROSALIA ALVES

    Além de Dionísia, quais vultos históricos nascidos em Nisia Floresta merecem o nosso reconhecimento?

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