Por Agripino Junior, do Nísia Digital.
Uma tradição secular. A vivencia da paixão de Jesus Cristo é uma das expressões religiosas mais antigas e participadas de Nísia Floresta. Este ano não foi diferente. Na “sexta-feira santa” ou “sexta da paixão”, uma multidão de fiéis católicos acompanharam os atos litúrgicos na quase bicentenária Paróquia de Nossa Senhora do Ó. A igreja matriz esteve inteiramente tomada por pessoas vindas de todos os cantos de Nísia e até de outras cidades.
Os atos começaram por volta das 15h, com a Celebração da Paixão do Senhor (segundo a tradição católica, a sexta-feira que marca a morte de Jesus é o único dia do ano onde não se celebra uma missa de fato). As pessoas começaram a chegar cedo e ocupando os assentos da igreja.
A liturgia foi acontecendo com vários momentos que comoveram os fiéis, pois se tratava dos momentos de sofrimento e morte do Salvador. Após esses momentos, ainda dentro da matriz, aconteceu uma encenação envolvendo as imagens e paroquianos representando alguns dos principais personagens contidos na narração bíblica (crucificação, morte, descida e caminhada ao sepulcro).
Os paroquianos que participam do momento tentam dá o máximo possível de emoção nas cenas. Alguns deles participam há muitos anos da encenação feita. Em alguns casos é uma tradição familiar, que permanece viva, de geração em geração.
A expressão religiosa-artística finda com a colocação da imagem de Nosso Senhor Morto dentro de uma espécie de caixão aberto, coberto por um manto escuro. Com a saída da imagem da igreja, começa a procissão que percorre algumas ruas do Centro da cidade. Um momento que deve ser de silêncio e oração
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Como a Polícia Militar local não tem a sua disposição o sistema que possuem as grandes metrópoles, onde é possível fazer um cálculo do número de pessoas em uma determinada aglomeração, é difícil dizer quantas pessoas participaram da procissão. Alguns dizem que é certeza que havia mais de mil pessoas acompanhando os passos silenciosos da procissão.
Ao final dos atos, muitos pessoas ainda voltam a matriz para tocar e até beijar as imagens e também pegar as plantas que ficam nos andores. Uma cultura enraizada há muito tempo desde os mais anciãos, que não faz parte especificamente da doutrina da Igreja Católica. Muitos se espremiam para chegar mais próximos da imagem de Jesus (o morto).
Tudo isso provou que a tradição permanece muito viva entre os católicos nisiaflorestenses; O Pe. Fábio Pinheiro Bezerra, administrador paroquial, frisou a importância da intensidade e da beleza de como é vivida toda a Semana Santa no município
As fotos contidas nesta matéria são de autoria do fotógrafo e colaborador do Nísia Digital, Newton Silva.
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