Por Redação, do Blog Carlos Silva.
O blog Carlos Silva em parceria com o Nísia Digital esteve visitando o espaço do Museu Nísia Floresta, onde a professora e nisiaflorestense Rejane de Souza se preparava para a oficina sobre a escritora Nísia Floresta. A nossa edição também conversou com alguns voluntários do museu. Confira a entrevista e as belas fotos deste espaço que contou com a colaboração do amigo e editor do Blog Nisia Digital, Agripino Júnior.
PERGUNTA: professora Rejane, passado mais de mês da inauguração do Museu, como a senhora avalia a recepção desse equipamento cultural no município?
REJANE: Na verdade, creio que o fato de o Museu ainda não ter sido legalmente regularizado e, por isso, impossibilitado de constituir uma equipe gestora que envolva os principais colaboradores e outras instituições no município, seja o principal fator de não estar funcionando de forma plena, que é o desejo de todos.
PERGUNTA: Então, ainda não há, por parte das pessoas do município, um sentimento de pertencimento?
REJANE: Carlos, cultura, embora seja um elemento essencial para preservar a identidade de um lugar e até garantir a sua sustentabilidade, é algo que ainda não atinge a compreensão de todos. E militar nessa área exige paciência e um trabalho de conscientização que demanda tempo, para que o povo se sinta protagonista de sua própria história e busque, também, se apropriar e valorizar o vasto conhecimento de outros nomes ilustres que viveram em Papary.
PERGUNTA. Professora, tenho recebido vários questionamentos sobre os poucos dias que funciona o Museu, e o valor do ingresso. Essas tomadas de decisão foram coletivas?
REJANE: Não. Conforme já citado, como ainda não há estatuto do Museu, não há uma equipe gestora formalizada. E o Museu tem estado sob a coodernação do CECOP, que vem tomando todas as decisões. Seria até importante você contactá-lo, pois cabe a ele responder com precisão a esse posicionamento. O que coube a nós, colaboradores voluntários fazer, foi questionar sobre essas medidas.
PERGUNTA: A oficina sobre a escritora Nísia Floresta que a senhora ministra, de forma voluntária, é muito importante para quem atua no Museu. Como a senhora analisa o grau de conhecimento sobre Nísia Floresta na cidade?
REJANE: Diante dos relatos, percebo que há pouca socialização e conhecimento de quem foi Nísia Floresta. Há algumas pessoas que conhecem, mas trata-se de um grupo restrito. A propósito disso, dias desses, recebi uma postagem em meu Facebook de uma professora que mora no Rio Grande do Sul e leciona em uma Escola Pública, cujo nome é Nísia Floresta, e ela me informava que, naquela escola, todos os alunos aprendiam sobre a história de Nísia Floresta. Imagine que, aqui, deveria ser disciplina do currículo escolar.
PERGUNTA: Para finalizar, qual a motivação que levou a senhora se doar tanto no processo de implantação do Museu Nísia Floresta, pois, pelos registros comprobatórios, percebe-se o tamanho de sua participação na captação de acervo de livros, parcerias importantes, como Canal Futura e Projeto Memória do Banco do Brasil, além de outras campanhas as quais acompanhamos e até ajudamos, junto com a senhora, conseguir.
REJANE: Sempre gostei de me envolver em ações sociais. Mas a possibilidade de poder contribuir com um bem cultural tão sonhado para a cidade onde nasci, cuja concretização parecia tão distante, teve um sabor especial. E meu maior desejo era poder ver esse espaço pleno de atividades na área de leitura, cultura, literatura e outras artes tão exploradas nesse município, por pessoas simples que, na maioria dos casos, não têm a percepção do valor inestimável de seu ofício. Espero que esse desejo se torne realidade!
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