Por Cláudio Marques, colunista do Nísia Digital.
Ao que se diz de Dionísia que era “uma mulher à frente do seu tempo”, com os estudos de historiografia brasileira é perceptível que tanto Nísia Floresta quanto Capriciano de Abreu, José de Alencar entre outros que são chamados “à frente de seu tempo”. A interpretação literal do título deste não pode ser superestimada, pois como se pode dar isso? Então eles previam o futuro? Pensavam como seria o amanhã?
Não definitivamente, não. Talvez na tentativa – e por justa, bem feita – de enaltecer a personalidade e valorização de Nísia Floresta, criou-se essa “jaculatória”: “Nísia Floresta uma mulher à frente de seu tempo.” Não quero de forma nenhuma desvalorizar a capacidade intelectual, produtiva e a mente brilhante de lúcida de idéias para sua época.
Trago o sentido e outro olhar sobre a frase que norteia esses escritos. Assim como outras mentes anteriores e posteriores a nossa Dionísia. Pense nisso: são pessoas privilegiadas por terem condições – ou buscarem – conhecimento em um período que poucos tinham oportunidades ou se interessavam; seu olhar era diferenciado, contrário ao senso comum da época no que se refere a tradições, costumes, política entre outros aspectos sociais.
Isso não pode ser traduzido como estar à frente do seu tempo cronologicamente ou fisicamente – seria como um pensamento defasado de que estudamos história para evitar os erros passados no presente e no futuro.
O olhar crítico dos autores citados em especial Nísia, propiciou o uso do termo que se refere – “à frente do seu tempo” – logicamente a suas idéias.
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