Por Erta Souza, do Diário de Natal.
Mais uma categoria pode entrar em greve. Embora sem estabelecer uma data para começar a paralisação, os servidores estaduais da saúde realizaram ontem à tarde um ato público em frente a unidade para cobrar do governo do estado diversas reivindicações. Entre elas estão: o pagamento de plantões indenizatórios (extras) de agosto de 2010 a março de 2011; mudança de nível e implantação dos 3% de progressão referentes à avaliação de desempenho feita a cada dois anos.
A pauta de reivindicações dos servidores estaduais de saúde inclui também a reposição da inflação de 2010 (7%); aumento nas gratificações; convocação dos aprovados nos concursos de 2008 e 2010, além da reedição da tabela de incentivo à qualificação. No caso específico do pagamento dos 3% da progressão, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN, Sônia Godeiro, o governo havia acordado para outubro o pagamento para os profissionais dos níveis elementar e médio e para o mês de novembro os de nível superior. “Nessa situação são 12.510 pessoas entre médicos, nutricionistas, técnicos e auxiliares”, disse.
As demais reivindicações deveriam beneficiar os 15 mil servidores de saúde da rede estadual, com exceção dos médicos que firmaram acordo com o governo há alguns dias. A diretora do Sindsaúde informou que a pauta de reivindicações foi entregue em maio deste ano, porém o governo anunciou que não tem condições de conceder as reivindicações solicitadas pelos servidores. “Eles alegaram a crise econômica e o limite prudencial”, afirmou.
O técnico de enfermagem do Walfredo Gurgel Marcelo de Melo aproveitou o ato público para denunciar que haviam 56 pacientes nos corredores do hospital sendo cuidados por somente seis profissionais. “São 10 pacientes para cada profissional. Isso é um absurdo. O número mínimo deveria ser de seis pacientes para cada técnico de enfermagem”, ressalta.
Outra denúncia feita por Marcelo é que a distância mínima entre os pacientes não está sendo obedecida no hospital devido a grande quantidade de pacientes. O técnico de enfermagem alega que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a distância entre dois pacientes deveria ser de três metros, no entanto por causa da superlotação os pacientes estão a cerca de 40 centímetros um do outro.
A reportagem do Diário de Natal tentou falar com o secretário estadual de saúde, Domício Arruda, mas ele não atendeu as ligações da equipe.
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