Falta de estrutura preocupa banhistas no Litoral Sul


Uma praia sem segurança, iluminação e sinalização. Infraestrutura básica necessária em qualquer lugar é algo raro em Búzios, praia localizada no município de Nísia Floresta, distante cerca de 35 quilômetros de Natal. O local, que recebe todos os anos milhares de turistas e veranistas de todas as partes do Brasil e do mundo durante a alta estação, acumula uma série de problemas a poucos dias do início oficial do verão (21 de dezembro).

A falta de investimentos do poder público na praia preocupa e revolta moradores, comerciantes e banhistas, principalmente devido à proximidade da alta estação. Eles temem que turistas e veranistas deixem de frequentar o local. O presidente da Associação de Moradores, Amigos e Veranistas da Praia de Búzios, Clebson Eduardo Araújo da Silva, 31 anos, afirma que os banhistas contam apenas com boa vontade dos moradores e comerciantes, seja para pedir uma informação ou mesmo salvar alguém no mar.


Clebson disse que a única divulgação da praia feita pela Prefeitura de Nísia é a entrega de panfletos já durante o veraneio. “Nada é feito para melhorar a situação dos moradores e comerciantes de Búzios”, garante. A revolta do presidente ficou ainda maior após ler matéria publicada no Diário de Natal, no último dia 5, sobre o estudante William Franklin Borges Macêdo, 20, que havia desaparecido no mar de Búzios três dias antes.

Na matéria, a secretária municipal de Turismo, Solange Portela, revelou que há cerca de um ano placas foram colocadas para orientar os banhistas dos riscos de afogamento, mas a população as retirou para não afastar turistas e visitantes. Entretanto, o presidente da Associação afirma que essas placas foram colocadas pela prefeitura na praia há muitos anos e não há um ano como teria dito a secretária.


A hoteleira Kátia Maria da Silva, 38 anos, mora em Natal, mas trabalha diariamente na praia há oito anos. Ela conta que a fama de Búzios ser uma praia perigosa devido aos canais existentes é ainda mais forte porque não existe um trabalhoeducativo feita pelo poder público. “Não existe divulgação, nem infraestrutura por parte da prefeitura. Dessa forma não há praia que aguente”, reclama.


Segundo os moradores, os bombeiros somente aparecem no local nos fins de semana. No caso de afogamento, os banhistas contam, apenas, com a colaboração voluntária de garçons e vendedores que trabalham na praia. Na tentativa de agir com mais praticidade e segurança ao resgatar uma vítima, eles utilizam um cano para puxar as vítimas. O garçom Clemilson Araújo, 35 anos, conta ao perceber uma possível vítima eles seguram o cano e entregam a outra ponta ao banhista que estiver em apuros.



Por Erta Souza, do Diário de Natal
Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *