Vistoria constata situação deplorável em Alcaçuz

Corriqueiramente, o Conselho Penitenciário do Rio Grande do Norte realiza visitas aos presídios do estado. Em mais uma fiscalização na Penitenciária de Alcaçuz, no município de Nízia Floresta, se constatou um sistema falido, como foi mostrado em reportagem publicada pelo Diário de Natal no último domingo. A procuradora de justiça, Valdira Câmara, um dos membros do conselho, colocou o presídio em pé de igualdade com a antiga João Chaves ou “caldeirão do diabo”, como era conhecida.

A fiscalização do conselho foi feita no dia 5 deste mês com representantes (de acordo com o decreto estadual 12.430) da Procuradoria de Justiça da República e Estadual, defensor público, advogado criminalista, médico e um professor da área de Direito Penal. Segundo Valdira, foi constatado o que já é de conhecimento da população. “A gente encontra o que sempre tem em todo país: superlotação, falta de assistência médica e jurídica, presos com o direito à progressão de pena descumprido”, aponta a procuradora.

Dos 630 homens que cumprem pena em Alcaçuz, uma média de 100 tem direito à progressão do regime, recurso garantido quando parte da pena foi cumprida e o preso tem bom comportamento. A falta de assitência médica é gritante. “Eles reclamavam muito de febre, provavelmente por alguma infecção. Encontrei até um rapaz que estava com o braço quebrado há quatro dias”, relatou a procuradora. O ambiente sem higiene, ventilação e atendimento médico gera uma grande possibilidade de desseminação de doenças no local.

A falta de estrutura mostrada pelo conselho penitenciário não chega perto das exigências básicas determinadas em lei, como fardamento, material de limpeza, assistência jurídica e de saúde para todos os presos. O relatório é encaminhado ao juiz e ao promotor da comarca onde está situado o presídio e também ao corregedor de Justiça e ao Conselho Penitenciário Nacional. Cabe a esses órgãos a execução das situações apontadas pela fiscalização. A reportagem procurou o juiz e o promotor responsáveis pelo município de Nisia Floresta para esclarecer o que está sendo feito em Alcaçuz. Ambos não se encontravam na sede dos órgãos.
Por Maiara Felipe do Diário de Natal

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