O Rio Grande do Norte está mobilizado para ajudar às vítimas das enchentes de Alagoas e Pernambuco. Além das iniciativas por parte de civis, campanhas pontuais de órgãos públicos recebem doações que visam amenizar o sofrimento. Além dos prejuízos materiais, até ontem de manhã já se contabilizavam 54 mortos e aproximadamente 157 mil pessoas desalojadas nas cidades afetadas.
Alex Régis
Policiais militares reúnem as doações que serão enviadas para as vítimas de enchentes de AL e PE
Em Natal, quatro policiais deram o pontapé inicial na quinta-feira (23) entre PMs e sociedade civil. Com o apoio do Comando de Policiamento Metropolitano e a autorização do Comando Geral da Polícia Militar, os alunos cabos Carlos Santos, Ferro, Santiago e Lúcio esperam reunir o máximo possível de doações. O objetivo é que a primeira remessa de donativos deixe Natal no domingo (04), com destino à cidade de Palmares, em Pernambuco.
São aceitas doações de roupas, agasalhos, colchões, alimentos não perecíveis e água mineral. “Nosso foco é comida e água mineral, porque há muitas pessoas com diarreia por estarem consumindo água imprópria”, disse o PM Carlos Santiago. Tudo está sendo armazenado na sede do quartel da PM, na Avenida Rodrigues Alves. Ontem (29) o grupo foi até a praia de Barreta para receber uma remessa de doações da população local.
Os policiais Carlos Santos e Lúcio estiveram em Palmares nos dias 19 e 20 dando o apoio aos militares pernambucanos e à população local. De acordo com Carlos Santos, a cidade está sem acesso de carro, abastecimento de água e energia elétrica, e tem mais de 200 casas destruídas, pontes arrastadas. “O único hospital público está sem condições de receber a população, a água que usa é fornecida pelo Exército”.
Em 2000, Santos participou de missão parecida, mas diz que desta vez os estragos são bem maiores. “Contamos com o auxílio da população, iniciativa privada e outros órgãos públicos para que levemos o máximo de ajuda possível. Os locais são de difícil acesso e não vale à pena levar pouca coisa”, explicou Carlos Santos.
A estudante de Direito Camila Trigueiro está mobilizando todos ao seu redor para participar. Natural de Pernambuco, ela diz que tem amigos em Palmares que contaram por telefone os transtornos que enfrentam. “Está um caos, e acho que as pessoas não têm noção ainda da tragédia, porque as imagens da TV não conseguem chegar a esses locais”, disse.
Toda a arrecadação será levada a Palmares em veículo que será disponibilizado pela Polícia Militar, com escolta para evitar saques durante o trajeto. Poderão surgir outros postos de arrecadação no decorrer da campanha. O IFRN está se articulando para entrar na campanha com todas as suas unidades na capital e interior, segundo a assessoria de imprensa.
Fonte: Tribuna do Norte
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