Tribuna do Norte
Ações judiciais e a interdição de um hospital abriram, no decorrer deste mês, feridas já existentes na prestação dos serviços de saúde a pacientes com transtornos mentais, que chegam a 26 mil doentes no Rio Grande do Norte, segundo estimativa da Associação das Famílias de Doentes Mentais. “È o número que temos cadastrados”, diz o seu presidente, Ailton Torres, que tem um parente nessas condições.
A despeito da interdição ocorrida no Hospital João Machado, a finalidade de recuperar a sua infra-estrutura e melhorar o atendimento aos pacientes, Ailton Torres que antes mesmo disso, muitas famílias tinham de esperar por uma vaga de leito hospitalar. Quando os pacientes lá chegam, diz ele, “ficam aguardando até dez dias” para serem internados.
Torres explica que os pacientes e parentes ficam no hospital, sem poderem voltar às suas casas, o que passou a ocorrer depois da tragédia envolvendo o pedreiro Evânio Fernandes da Silva, que há um ano e sete meses, depois de acometido de um surto de transtorno mental, acabou incendiando sua casa e matando dois filhos no Planalto, na Zona Sul de Natal. “Os pacientes graves que recebem o primeiro atendimento, ficam lá esperando por um leito”, continuou ele.
Segundo Torres, atualmente a AFDM conta com 30 famílias associadas e vem realizando um trabalho de conscientização e orientação a famílias que têm pacientes com transtornos mentais. Ele critica, por exemplo, a política de implantação dos Centros de Atenção Psicossocial do governo estadual, porque no caso do CAPS III, destinado ao atendimento 24 horas, a previsão é de ter apenas oito vagas. “Vai ser uma porta de saída para os doentes mentais”, questionou ele.
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