Denise Mariana Monteiro, 10, reside no município de São Gonçalo do Amarante, mas teve que perder um dia de aula para ir à capital potiguar realizar um raio-x dentário. A mãe, a doméstica Ana Cláudia Monteiro, explicou que em sua cidade o serviço deixa a desejar, e que os custos para se deslocar ao Centro de Referência Odontológica Dr. Morton Mariz de Faria, na Ribeira, valem mais a pena. “Em São Gonçalo é preciso acordar à noite e arriscar a vida para conseguir uma ficha”. Por isso, Denise certamente vai precisar perder outras aulas para concluir o tratamento em Natal. “A cárie está tão profunda que uma obturação não resolve, é necessário um canal”, disse a mãe.
O curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte obteve pontuação máxima (5) nos três critérios do Exame Nacional do Desempenho do Estudante (Enade) do MEC. Porém, resta saber que mercado de trabalho aguarda os recém-formados e se a qualidade do serviço odontológico público seguem os parâmetros de excelência do curso.
O sonho de um consultório próprio não é a alternativa mais atraente – o mercado está saturado – alertam os especialistas. Além do alto investimento necessário para manter uma clínica, que reflete diretamente no valor dos procedimentos, o país tem uma crescente demanda de pessoas com acesso ainda deficitário aos serviços básicos de saúde bucal. O Ministério da Saúde reconhece o problema, e expressa no site do Governo Federal: “na última década, o Brasil avançou muito na prevenção e no controle da cárie em crianças. Contudo, a situação de adolescentes, adultos e idosos está entre as piores do mundo. E mesmo entre as crianças, problemas gengivais e dificuldades para conseguir atendimento odontológico persistem”.
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